ACORDO ENTRE EUA E CHINA FICA EM RISCO POR CONTA DE TERRAS RARAS; ENTENDA

 


O acordo comercial firmado entre Estados Unidos e China no início do mês em Genebra encontra-se em situação crítica após o aparente descumprimento de um dos principais compromissos assumidos por Pequim: a aceleração das exportações de minerais estratégicos, especialmente terras raras. Esse impasse ameaça minar o pacto que previa uma suspensão temporária de tarifas entre os dois países por um período de 90 dias.

As terras raras e outros minerais estratégicos são fundamentais para setores altamente sensíveis da economia global, como a produção de veículos elétricos, chips de última geração e diversos componentes tecnológicos. O atraso na concessão de licenças para exportação desses materiais por parte da China tem gerado fortes reações nos Estados Unidos, que agora questionam a disposição chinesa em cumprir o acordo firmado.

O pacto foi selado após intensas rodadas de negociação entre representantes de alto escalão dos dois países. Do lado chinês, o vice-premiê He Lifeng liderou os diálogos, enquanto a delegação americana contou com a presença do secretário do Tesouro Scott Bessent e do representante comercial Jamieson Greer. A concessão chinesa de acelerar as liberações de exportações foi considerada um ponto de inflexão para o entendimento bilateral. No entanto, a morosidade observada desde então tem sido interpretada como um sinal de má-fé por Washington.

O presidente Donald Trump e seus assessores comerciais reagiram publicamente, acusando a China de violar os termos do acordo. A tensão entre os países aumentou ainda mais após uma nova advertência do Departamento de Comércio americano contra o uso global dos chips de inteligência artificial da Huawei. A medida foi vista por Pequim como uma agressão, ampliando o mal-estar e travando qualquer progresso nas negociações.

Internamente, empresas americanas, especialmente montadoras, alertaram para o risco iminente de interrupções em suas cadeias produtivas caso o fornecimento de minerais continue represado. Com estoques sensíveis e prazos de produção rígidos, o setor teme paralisações semelhantes às enfrentadas durante a pandemia da COVID-19, o que poderia impactar diretamente a economia dos EUA em pleno ano eleitoral.

Diante do agravamento da situação, o governo Trump já elabora um plano alternativo para lidar com o fracasso do acordo. Entre as medidas em estudo estão o endurecimento dos controles de exportação de tecnologias sensíveis para a China e o reforço de parcerias com outros países produtores de minerais estratégicos.

Do outro lado do mundo, autoridades chinesas mantêm a disposição para o diálogo, mas não sinalizam qualquer mudança imediata na política de exportação. Para Pequim, o sistema de licenciamento é uma ferramenta legítima e estratégica dentro do jogo comercial global, e sua flexibilização depende de garantias concretas de reciprocidade.

Com as conversas estagnadas e desconfianças mútuas, analistas apontam que uma intervenção direta dos presidentes Donald Trump e Xi Jinping pode ser necessária para resgatar o acordo. Até lá, o risco de colapso é real, com possíveis efeitos em cadeia para a economia mundial.

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