TARIFAÇO: PAÍS APELA, FAZ OFERTA DRÁSTICA BUSCANDO PACTO COM EUA E EXPÕE RESULTADO DO PLANO DE TRUMP
A Índia apresentou aos Estados Unidos uma proposta ousada para reduzir significativamente a diferença tarifária entre os dois países, numa tentativa de evitar aumentos de tarifas impostos ou potenciais sob a administração do presidente Donald Trump. O plano indiano prevê reduzir o diferencial tarifário médio de cerca de 13% para menos de 4%, uma queda de nove pontos percentuais, o que configuraria uma das maiores reformas comerciais já realizadas pela quinta maior economia do mundo.
Com um comércio bilateral que alcançou aproximadamente US$ 129 bilhões em 2024, os Estados Unidos são o maior parceiro comercial da Índia. Atualmente, a balança comercial favorece a Índia, que mantém um superávit de US$ 45,7 bilhões em relação aos EUA. Essa disparidade tem sido alvo de críticas por parte do governo norte-americano, o que levou a sucessivos embates tarifários nos últimos anos.
A proposta de Nova Délhi inclui uma redução a zero das tarifas em cerca de 60% das linhas tarifárias na fase inicial do acordo. Além disso, a Índia ofereceu acesso preferencial para cerca de 90% dos produtos importados dos EUA, numa medida que visa ampliar o mercado para empresas norte-americanas dentro do território indiano.
Essa movimentação ocorre em meio a uma política comercial agressiva conduzida por Donald Trump, que tem buscado rever acordos e impor novas tarifas em nome da proteção da indústria americana. Recentemente, Trump firmou um acordo com o Reino Unido, mantendo a tarifa básica de 10% sobre produtos britânicos, mas reduzindo as tarifas médias sobre produtos norte-americanos, indicando o modelo que pretende aplicar em outros tratados bilaterais.
No mês anterior, Trump anunciou uma pausa de 90 dias nas tarifas recíprocas aplicadas a diversos parceiros comerciais, incluindo a Índia, cuja tarifa chegou a atingir 26%. Durante essa trégua, uma tarifa básica de 10% segue em vigor para a maioria dos países, incluindo a Índia. Essa janela de negociações tem sido vista como uma oportunidade estratégica para redefinir os termos do comércio entre os países.
Fontes ligadas ao governo indiano informaram que uma delegação oficial visitará os Estados Unidos ainda este mês para dar prosseguimento às negociações. Há também a possibilidade de o ministro do Comércio da Índia, Piyush Goyal, se juntar às conversas, embora sua agenda ainda não esteja confirmada.
Além das isenções tarifárias, a Índia busca garantias de acesso preferencial ao mercado americano para setores-chave de sua economia, como gemas e joias, couro, vestuário, têxteis, plásticos, produtos químicos, sementes oleaginosas, camarões e frutas como bananas e uvas. Esses segmentos são responsáveis por parte significativa das exportações indianas e têm enfrentado barreiras regulatórias e tarifárias nos EUA.
Caso o acordo seja concretizado, ele poderá redefinir a dinâmica comercial entre os dois países e representar uma vitória para ambas as nações: os EUA poderiam reduzir seu déficit comercial com a Índia, enquanto esta teria melhores condições de acesso a um dos maiores mercados consumidores do mundo.
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