O Banco do Brasil (BB) apresentou uma denúncia formal à Advocacia-Geral da União (AGU) contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), acusando-o de espalhar informações falsas que poderiam comprometer a estabilidade do sistema financeiro. A ação envolve postagens feitas nas redes sociais, incluindo vídeos em que o parlamentar faz afirmações consideradas enganosas sobre a situação do banco.
Segundo o BB, um dos conteúdos que motivou a denúncia foi um vídeo publicado em 20 de agosto, no qual Eduardo Bolsonaro afirma que o Banco do Brasil estaria prestes a ser cortado das relações internacionais, levando à sua falência. A instituição classificou a informação como infundada e alerta que tais declarações podem gerar insegurança entre clientes e investidores, afetando diretamente a confiança no sistema financeiro nacional.
Além do vídeo, outras postagens de aliados políticos do deputado, como o parlamentar Gustavo Gayer (PL-GO) e o advogado Jeffrey Chiquini, também foram apontadas como disseminadoras de informações falsas sobre a instituição. O BB considera que tais ações podem caracterizar uma campanha coordenada para desestabilizar o banco e enfraquecer instituições públicas.
No ofício enviado à AGU, o Banco do Brasil argumenta que a propagação dessas informações pode configurar crimes contra a democracia, a soberania nacional e o sistema financeiro, além de implicar violação de sigilo bancário e difamação. A instituição solicita que sejam tomadas medidas legais para responsabilizar os envolvidos.
A presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, reforçou a preocupação com os efeitos de notícias falsas sobre a confiança do público em bancos e instituições financeiras, ressaltando que a disseminação de informações enganosas pode prejudicar a economia nacional.
Eduardo Bolsonaro, por sua vez, respondeu à denúncia afirmando que o caso representa uma tentativa de silenciar a oposição e intimidar aqueles que criticam o governo. Ele acrescentou que a ação do BB poderia, paradoxalmente, prejudicar a imagem internacional da instituição.
Até o momento, a AGU ainda não se pronunciou oficialmente sobre a denúncia. O desenrolar do caso é acompanhado com atenção, já que poderá ter impacto significativo nas relações entre o governo federal, o Banco do Brasil e no debate público sobre responsabilidade e liberdade de expressão nas redes sociais.
A denúncia evidencia a crescente preocupação das instituições financeiras com a propagação de fake news e seu potencial de afetar o sistema bancário e a confiança dos clientes. Especialistas alertam que a circulação de informações falsas, especialmente por figuras públicas, pode gerar consequências sérias, tanto do ponto de vista econômico quanto legal, e destacam a importância de mecanismos de fiscalização e responsabilização.
Em síntese, o Banco do Brasil busca medidas legais para coibir a disseminação de notícias falsas e proteger sua credibilidade, enquanto o episódio aumenta a discussão sobre os limites da liberdade de expressão e a responsabilidade de políticos ao utilizar as redes sociais para divulgar informações que impactam instituições públicas e o sistema financeiro.
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