VIDEO: MADURO FAZ PEDIDO INUSITADO A TRUMP


No aflorar de tensões entre Venezuela e Estados Unidos, o presidente Nicolás Maduro lançou um pedido inusitado: apelou diretamente a Donald Trump por diálogo e respeito à soberania venezuelana. O apelo surgiu após uma escalada militar norte-americana no Caribe, com a autorização para abater caças venezuelanos considerados ameaça e um ataque fatal contra um barco que supostamente transportava drogas.


O contexto é tenso. O governo Trump ordenou o afundamento de uma embarcação atribuída à gangue Tren de Aragua, resultando na morte de 11 pessoas. Caracas contestou a versão americana, gerando novos atritos. Em resposta, Maduro, trajando uniforme militar, supervisionou uma cerimônia para ativação das milícias bolivarianas e disse que, embora a Venezuela prefira diálogo, exigirá respeito diante da posição de força em curso.


"Venezuela está sempre pronta para diálogo, mas exigimos respeito. Nossas divergências não justificam um conflito militar”, disse ele. O discurso ocorreu num momento em que os EUA reforçaram sua presença com mais de 4 mil militares e navios de guerra na região — o que Maduro classificou como ameaça de invasão.


Apesar do clima agressivo, perdeu-se o tom beligerante anterior. O que parecia uma retórica de resistência se transforma em gesto diplomático: Maduro quer lidar com Trump não com confrontos, mas com conversas — desde que haja reconhecimento da autonomia venezuelana.


Ele também pediu que os EUA abandonem o que classifica como “plano de mudança de regime violenta” na Venezuela e em toda a América Latina. Afirmou que, se atacada, a Venezuela passará de uma postura não armada para uma luta armada envolvendo todo o povo. Ainda assim, tentou transmitir uma postura conciliadora: “Tenho respeito por Trump, e nenhuma de nossas diferenças pode levar a uma guerra de alto impacto.”


A fórmula política de Maduro é clara: simultaneamente ergue a bandeira da soberania interna e abre uma fresta no discurso para preservar estabilidade diplomática. Foi uma forma de dizer “não vacilem”, com reconhecimento de limites.


Do outro lado, Trump mandou sinais fortes: autorizou o abate de caças venezuelanos que se aproximem demais de seus navios e considera operações dentro do território venezuelano contra cartéis. A tensão extrapola o confronto verbal e ganha contornos militares reais — e potencialmente perigosos.


Maduro tenta capitalizar esse momento para reforçar seu controle interno, estimulando a mobilização das milícias enquanto se apresenta como interlocutor que busca evitar o pior: uma guerra aberta. Sua postura — por mais paradoxal que seja — mistura retórica de resistência com apelos por entendimento.


Ou seja: Maduro está dizendo a Trump que há portas abertas, desde que exista reciprocidade. É um jogo arriscado, tenso, em que ameaça e trégua andam lado a lado. A diplomacia venezuelana segue no fio da navalha entre conflito e negociação, mergulhada em uma crise que pode escapar do discurso e se transformar em confronto real. A seguir, o mundo observa ocorre ao vivo no Caribe, enquanto ambos se posicionam com cuidado, porém com força.





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