VIDEO : MINISTRO DE LULA FALA EM USAR “DEFESA NUCLEAR”


O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que o Brasil poderá precisar desenvolver capacidades nucleares para fins de defesa, caso o cenário internacional continue marcado por instabilidade e disputas geopolíticas. Durante a posse de novos diretores da Agência Nacional de Segurança Nuclear (ANSN) e da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), no Rio de Janeiro, Silveira destacou que o país possui vastas riquezas naturais e minerais, além de uma das maiores reservas de urânio do mundo, o que justifica a necessidade de uma reflexão sobre o uso da energia nuclear para a defesa nacional.


Atualmente, a Constituição brasileira restringe o uso da tecnologia nuclear a fins pacíficos, como geração de energia elétrica e aplicações médicas. Além disso, o Brasil é signatário de compromissos internacionais que vedam o uso militar da energia atômica, como o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) e o Tratado de Tlatelolco. Apesar disso, Silveira sugeriu que, no longo prazo, será necessário discutir no Congresso Nacional a revisão dessa postura, considerando os interesses estratégicos e a soberania do país.


O ministro ressaltou que o governo federal está focado no desenvolvimento da cadeia nuclear para fins energéticos e que qualquer mudança na política atual dependerá de um debate amplo e democrático. Ele também enfatizou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem trabalhado para manter a soberania nacional, mas que, diante das circunstâncias internacionais, é legítimo considerar todas as alternativas para garantir a segurança do país.


A declaração de Silveira gerou reações variadas. Alguns especialistas em defesa e relações internacionais destacaram a importância de o Brasil manter uma postura independente e preparada para possíveis cenários de crise. Por outro lado, defensores da não proliferação nuclear alertaram para os riscos de uma corrida armamentista e para a necessidade de o país continuar cumprindo seus compromissos internacionais.


Em resposta à repercussão, o Ministério de Minas e Energia divulgou uma nota oficial na qual o ministro reafirma que o uso da energia nuclear no Brasil continuará sendo restrito a fins pacíficos, conforme estabelece a Constituição Federal. A nota também esclarece que a especulação gerada decorreu de uma resposta a jornalistas sobre soberania nacional e recursos naturais do país em um cenário hipotético de futuro debate legislativo.


O episódio evidencia a complexidade da questão nuclear no Brasil, que envolve aspectos técnicos, estratégicos e diplomáticos. Embora o país tenha avançado no desenvolvimento de tecnologias nucleares para fins pacíficos, como o Programa Nuclear da Marinha e o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB), a discussão sobre o uso militar da energia nuclear permanece um tema sensível e controverso.


À medida que o cenário internacional evolui, será fundamental que o Brasil mantenha um diálogo transparente e informado sobre suas políticas de defesa e segurança, equilibrando seus interesses nacionais com seus compromissos internacionais.


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