ANVISA SUSPENDE VENDA DE CREATINA DE UMA MARCA ESPECÍFICA

 



A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a suspensão imediata da distribuição, venda e propaganda de todos os lotes dos suplementos alimentares da marca PowerGreen, comercializados principalmente pela internet. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União na quinta-feira, 15, e já está em vigor, apesar de o site da marca ainda manter os produtos disponíveis para compra nesta sexta-feira, 16.

A medida foi motivada por uma série de irregularidades detectadas nos produtos da marca, entre elas a presença de substâncias proibidas em suplementos alimentares e a divulgação de alegações terapêuticas que não condizem com a natureza desses produtos. A Anvisa esclarece que suplementos alimentares são destinados exclusivamente a pessoas saudáveis e têm por objetivo complementar a dieta com nutrientes, enzimas ou substâncias bioativas. Eles não devem, sob nenhuma hipótese, ser utilizados como medicamentos.

Entre os ingredientes indevidamente encontrados nos produtos PowerGreen estão compostos como castanha da índia, gengibre, ginseng, valeriana, maca peruana e ora-pro-nóbis. Esses elementos, embora naturais e amplamente utilizados em outras categorias de produtos, não são permitidos na formulação de suplementos alimentares segundo a legislação brasileira vigente. A inclusão dessas substâncias levanta preocupações sobre possíveis riscos à saúde, especialmente em consumidores com condições pré-existentes ou em uso de outros medicamentos.

Outro fator determinante para a proibição foi o uso de propaganda enganosa. A Anvisa identificou materiais promocionais com promessas como melhora da circulação sanguínea, redução de inflamações e dores, promoção da saúde cardiovascular, digestiva e óssea, além de alegações de melhora da fertilidade. Segundo a agência, tais declarações são características de medicamentos e não podem ser atribuídas a suplementos alimentares, que carecem de comprovação científica para essas finalidades.

Além disso, a Anvisa alertou para o risco que esse tipo de comunicação representa à saúde pública. Promessas milagrosas veiculadas em meios digitais, rádio e televisão têm se tornado comuns, e muitas vezes iludem o consumidor com a falsa ideia de que o produto oferece tratamento ou cura para doenças. O órgão reforça que nenhum suplemento alimentar possui autorização para essas alegações e que qualquer produto que se apresente com tais promessas está em desacordo com a legislação sanitária.

Com a suspensão, todos os estabelecimentos — virtuais ou físicos — ficam proibidos de comercializar os suplementos da marca PowerGreen até que regularizem sua formulação e rotulagem conforme as normas vigentes. A empresa responsável pelos produtos foi procurada para comentar a decisão, mas até o momento não se manifestou.

A Anvisa recomenda que consumidores interrompam o uso dos produtos e busquem orientação médica caso apresentem efeitos adversos. Além disso, reforça que é essencial verificar a procedência e a regularização de qualquer suplemento alimentar antes da compra, especialmente quando a aquisição é feita por meio da internet, ambiente onde a fiscalização é mais complexa e a disseminação de informações enganosas é mais comum.

Comentários