AS 7 COISAS QUE PODEM TE FAZER CAIR NA MALHA FINA AO DECLARAR O IR

 


A cada ano, milhões de brasileiros precisam prestar contas à Receita Federal por meio da declaração do Imposto de Renda. Mas o que muitos contribuintes não sabem é como o Fisco consegue identificar omissões, erros e até fraudes com tanta precisão. O segredo está no cruzamento de dados: um sistema eficiente e detalhado que compara as informações declaradas por cada contribuinte com dados fornecidos por outras fontes.

Empresas, bancos, profissionais liberais, cartórios, instituições financeiras e órgãos públicos estão obrigados a enviar relatórios periódicos à Receita. Esses documentos, em muitos casos, funcionam como verdadeiros “dedos-duros” do Imposto de Renda, revelando ao Fisco se houve movimentações financeiras, ganhos ou despesas não declaradas.

Entre os principais informantes estão as corretoras de valores. Sempre que um contribuinte realiza operações na bolsa, a corretora recolhe um pequeno valor de imposto na fonte, mesmo que o investidor tenha tido prejuízo. Esse recolhimento serve de alerta para a Receita de que houve movimentação financeira sujeita à tributação. Se o contribuinte não incluir essas operações na declaração, pode cair na malha fina.

As empresas também desempenham um papel fundamental nesse sistema. Por meio da Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte (DIRF), elas comunicam à Receita todos os pagamentos feitos aos seus funcionários e prestadores de serviços. Caso o trabalhador ou freelancer deixe de informar algum valor recebido, a inconsistência é rapidamente detectada.

Os bancos, cooperativas e outras instituições financeiras também são obrigados a reportar transações superiores a R$ 5 mil por semestre por meio da DIMOF. Depósitos, resgates, aplicações e compras de moeda estrangeira entram nesse relatório. Isso significa que qualquer movimentação financeira significativa será cruzada com a declaração do contribuinte, revelando possíveis discrepâncias.

Na área da saúde, clínicas, consultórios e hospitais são obrigados a enviar a Declaração de Serviços Médicos e de Saúde (DMED), que detalha os valores pagos pelos pacientes. A Receita usa essas informações para verificar se os valores declarados como despesa médica estão corretos e correspondem aos registros dos prestadores de serviço.

O setor imobiliário também está sob a mira do Fisco. Imobiliárias, construtoras e cartórios informam sobre transações de compra e venda de imóveis, por meio das declarações DIMOB e DOI. A Receita compara os valores declarados com os registros oficiais e tributa eventuais lucros quando não há isenção.

Órgãos públicos também contribuem com dados. Informações sobre doações, heranças, compra de veículos, embarcações e aeronaves são repassadas por prefeituras, Detrans, Capitania dos Portos e a ANAC, permitindo à Receita fiscalizar o patrimônio dos contribuintes.

Até os dependentes entram no radar. É obrigatório informar CPF, rendimentos e despesas de cada um. Omissões ou duplicidade de declarações envolvendo dependentes também podem levar à malha fina.

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