O principal índice da bolsa de valores brasileira, o Ibovespa, atingiu um novo marco histórico neste mês de maio. Pela primeira vez desde sua criação, ultrapassou os 140 mil pontos, alcançando 140.203,04 pontos na máxima do dia. No fechamento, o índice encerrou com alta de 0,32%, aos 139.636,41 pontos, consolidando o maior nível de encerramento diário da história da B3. O desempenho superou o recorde anterior, registrado em 15 de maio, quando o Ibovespa havia fechado em 139.334,38 pontos.
O desempenho positivo da bolsa brasileira ocorreu mesmo em meio a um cenário internacional mais cauteloso. Nos Estados Unidos, os mercados operaram sem direção definida após a agência de classificação de risco Moody’s ter rebaixado a nota de crédito do país de “Aaa” para “Aa1”. O rebaixamento foi motivado pelo aumento da dívida pública norte-americana e pelas incertezas fiscais envolvendo novos pacotes de cortes de impostos. A notícia afetou o humor em Wall Street, com os índices americanos apresentando instabilidade ao longo do pregão.
No Brasil, o dia foi marcado por um ambiente de maior otimismo. Indicadores econômicos contribuíram para impulsionar o mercado doméstico. O IBC-Br, considerado uma prévia do PIB, superou as expectativas em março, sinalizando que a atividade econômica continua aquecida. Além disso, o Boletim Focus trouxe revisões para baixo nas projeções de inflação e dólar em 2025, o que ajudou a reforçar a percepção positiva sobre os rumos da economia brasileira.
Outro fator relevante foi a declaração do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, que reafirmou a necessidade de manter a taxa Selic em um nível “bastante restritivo” por um período prolongado. A fala foi interpretada como um sinal de compromisso com o controle inflacionário e acabou influenciando positivamente o humor do mercado financeiro, contribuindo para a escalada do Ibovespa ao longo do dia.
Mesmo sem o apoio das gigantes Vale e Petrobras, que recuaram 0,27% e 0,12%, respectivamente, o índice contou com o bom desempenho de bancos privados para sustentar os ganhos. Bradesco, Itaú Unibanco e Santander registraram altas de 0,91%, 1,19% e 1,49%, compensando a queda de 2,45% nas ações do Banco do Brasil após resultados considerados fracos no primeiro trimestre de 2025.
Entre as empresas que se destacaram, a JBS subiu 3,06%, impulsionada por recomendações favoráveis de instituições financeiras. Já Marfrig e BRF recuaram 6,42% e 1,35%, com o mercado ainda atento aos desdobramentos da gripe aviária. Hapvida oscilou ao longo do dia e fechou estável, enquanto Ecorodovias e Motiva avançaram 2,37% e 0,74%, respectivamente, após recomendações de compra mantidas por analistas da XP Investimentos.
Com a agenda de indicadores esvaziada nos próximos dias, o mercado aguarda novos gatilhos para manter o ritmo de alta. Ainda assim, o momento é de celebração para investidores que apostam no crescimento do mercado acionário brasileiro, com o Ibovespa consolidando-se em níveis nunca antes alcançados.
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