A partir desta sexta-feira (23), brasileiros que utilizam cartões de crédito ou débito internacionais, cartões pré-pagos, cheques de viagem ou realizam operações de câmbio em espécie sentirão no bolso os efeitos das mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A medida integra o pacote do governo federal voltado ao ajuste das contas públicas para o ano de 2025.
Embora o Ministério da Fazenda tenha divulgado que a carga tributária seria mantida por meio da unificação das alíquotas, a prática revelou um aumento real. Isso ocorre porque a alíquota atual, que incidia sobre cartões e outras formas de pagamento internacionais, era de 3,38% desde o início do ano. Com a mudança, passou para 3,5%, representando um acréscimo que impacta diretamente quem realiza compras no exterior ou em sites internacionais.
O IOF sobre essas operações vinha em trajetória de queda nos últimos anos. Até 2022, a alíquota era de 6,38% e a expectativa era que esse imposto fosse gradualmente reduzido a zero até 2028. Com a nova medida, essa perspectiva foi interrompida, e o aumento marca uma reversão da política anterior, elevando a carga tributária sobre o consumo internacional.
Além dos cartões de crédito e débito, o uso de contas internacionais e a compra de moeda estrangeira em espécie também passaram por reajustes. Nessas operações, a alíquota subiu de 1,1% para 3,5%. Isso significa que quem for adquirir dólares, euros ou outras moedas em casas de câmbio, por exemplo, pagará mais que o triplo do imposto que era cobrado até ontem.
A tabela atualizada de IOF mostra um cenário uniforme: todas as principais modalidades de transações internacionais para uso pessoal passam agora a ter uma cobrança de 3,5%. Isso inclui cartões pré-pagos utilizados no exterior, cheques de viagem e remessas para contas de brasileiros fora do país.
A mudança ocorre em meio a uma série de medidas que buscam reforçar o caixa da União e garantir o cumprimento da meta de déficit fiscal zero no próximo ano. O aumento do IOF é uma das estratégias de curto prazo do governo para elevar a arrecadação, ao lado de ajustes em outros setores e da contenção de despesas.
Apesar de representar uma fonte extra de recursos para os cofres públicos, a decisão tende a gerar impacto direto no comportamento dos consumidores. Compras em sites internacionais, passagens, hospedagens e demais serviços contratados fora do Brasil devem ficar mais caros, o que pode levar a uma retração no consumo em moeda estrangeira.
Para muitos consumidores, especialmente os que utilizam contas e cartões internacionais em viagens ou compras no exterior, o aumento representa um desestímulo. Também deve afetar o planejamento financeiro de quem se organiza para viagens internacionais, compras em moeda estrangeira ou envio de dinheiro para fora do país.
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