FABRICANTE DO OZEMPIC ANUNCIA SAÍDA DE CEO E AÇÕES DESPENCAM

 



A farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk, conhecida mundialmente pelos seus medicamentos para diabetes e obesidade, anunciou nesta sexta-feira (16) a saída de Lars Fruergaard Jørgensen do cargo de CEO. A decisão ocorre em um momento estratégico para a companhia, que enfrenta desafios no mercado global e vê sua valorização em queda desde o segundo semestre de 2024.

Jørgensen, que está à frente da empresa há oito anos, permanecerá temporariamente no cargo para garantir uma transição organizada. O nome de seu sucessor ainda não foi divulgado, e o processo de sucessão será conduzido pelo conselho da empresa. A farmacêutica comunicou que sua estratégia corporativa permanece inalterada e reafirmou a confiança na equipe atual para dar continuidade aos seus planos de crescimento.

A notícia da saída do executivo teve impacto imediato no mercado financeiro. As ações da Novo Nordisk caíram cerca de 3% logo após o anúncio, refletindo a reação cautelosa dos investidores diante da mudança na liderança. A empresa vinha sendo alvo de atenção crescente por conta da alta demanda global por medicamentos como Wegovy e Ozempic, usados no tratamento da obesidade e do diabetes tipo 2.

Além das movimentações no mercado, a transição na liderança da Novo Nordisk está relacionada a uma reestruturação interna impulsionada pela Fundação Novo Nordisk, que detém o controle majoritário da empresa. A fundação iniciou recentemente um diálogo com o conselho sobre a necessidade de acelerar o processo de sucessão na liderança executiva. Como parte desse esforço, Lars Rebien Sørensen, ex-CEO da companhia entre 2000 e 2016 e atual presidente da fundação, começará a participar das reuniões do conselho como observador. A expectativa é de que ele seja oficialmente indicado como membro do conselho em 2026.

A saída de Jørgensen marca o fim de um ciclo importante para a Novo Nordisk. Durante sua gestão, a empresa consolidou sua posição como uma das principais fabricantes de medicamentos para doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes e obesidade, áreas de atuação cada vez mais relevantes no cenário global de saúde pública. Sob sua liderança, o portfólio de medicamentos foi ampliado e a presença da empresa em mercados estratégicos se fortaleceu.

Entretanto, o cenário competitivo se intensificou nos últimos trimestres, com novas farmacêuticas entrando no segmento de medicamentos para controle de peso e glicemia. Além disso, desafios na cadeia de suprimentos e pressões regulatórias em algumas regiões afetaram o desempenho da companhia, contribuindo para a recente queda no valor de suas ações.

A Novo Nordisk enfrenta agora o desafio de manter sua trajetória de crescimento em um setor cada vez mais disputado, ao mesmo tempo em que realiza uma transição de liderança em um momento sensível. Com o processo de sucessão em andamento, os próximos meses serão decisivos para definir os rumos da companhia e sua capacidade de manter a liderança em inovação e resultados no setor farmacêutico global.

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