GOVERNO DOS EUA PODE ALAVANCAR INDÚSTRIA DE IA APÓS “DESCOBERTA”

 


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou quatro decretos executivos com o objetivo de acelerar a construção de usinas nucleares no país, impulsionar o setor nuclear civil e garantir a supremacia energética dos EUA frente aos avanços tecnológicos recentes, como a inteligência artificial. A iniciativa marca um novo capítulo na política energética americana, com foco renovado em uma fonte considerada estratégica, tanto do ponto de vista econômico quanto de segurança nacional.

Os decretos estabelecem diretrizes para transformar o cenário regulatório e operacional do setor nuclear. Um dos principais eixos da nova política é a flexibilização das exigências impostas pela Comissão Reguladora Nuclear (NRC), que passará a ter prazos definidos para emitir licenças e autorizações. A intenção do governo é reduzir entraves burocráticos que, segundo a Casa Branca, retardam o desenvolvimento e implantação de novas tecnologias nucleares.

Além da revisão regulatória, os decretos também autorizam a realização de testes com reatores nucleares inovadores em laboratórios do Departamento de Energia (DoE), fomentando o desenvolvimento de tecnologias mais modernas, seguras e eficientes. Paralelamente, o governo permitirá a construção de novas instalações nucleares em terras federais, com o argumento de proteger a segurança energética do país e incentivar a criação de infraestrutura para atender à crescente demanda elétrica, especialmente dos data centers usados em aplicações de inteligência artificial.

O pacote de medidas sinaliza uma mudança importante na estratégia energética americana. Embora o governo Trump tenha dado atenção especial a fontes fósseis como carvão, gás e petróleo desde o início de sua administração, a crescente necessidade de fontes limpas e confiáveis parece ter impulsionado o novo foco na energia nuclear. O avanço da IA, que requer capacidade computacional intensiva e, por consequência, alto consumo de energia, foi um dos principais argumentos usados pelo presidente para justificar a decisão.

Trump destacou que a energia nuclear oferece uma solução compatível com as demandas do século XXI. Por não emitir gases de efeito estufa durante sua operação, a energia nuclear também aparece como alternativa viável no contexto das mudanças climáticas, ganhando adesão crescente entre setores políticos que antes se mostravam reticentes. No Congresso, a proposta conta com apoio bipartidário, mesmo que parte dos democratas mantenha preocupações relacionadas à segurança das instalações e ao destino dos resíduos radioativos.

Outro ponto destacado pelo governo foi a intenção de restaurar a cadeia de suprimento de combustível nuclear dentro dos Estados Unidos. Isso inclui desde a mineração de urânio até o enriquecimento e o fornecimento para os reatores, reduzindo a dependência externa e reforçando o domínio estratégico do país nesse setor.

As medidas marcam uma virada histórica em décadas de estagnação na construção de novas usinas nucleares nos EUA. Segundo o governo, os decretos representam um esforço para retomar a liderança global em energia nuclear e alinhar a política energética americana aos desafios tecnológicos e industriais da atualidade.

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