A Argentina anunciou nesta sexta-feira, 16, a suspensão temporária das importações de produtos e subprodutos de aves provenientes do Brasil. A medida foi tomada poucas horas depois de o governo brasileiro confirmar o primeiro surto de gripe aviária em uma granja comercial, sinalizando um alerta sanitário que tem potencial para afetar as relações comerciais entre os dois países e impactar o mercado internacional de proteína animal.
A suspensão foi determinada pela Senasa, agência sanitária estatal da Argentina, que atua na supervisão e controle de alimentos, saúde animal e vegetal. Segundo a entidade, a decisão tem caráter preventivo e visa proteger o setor produtivo argentino de possíveis contaminações. Embora o Brasil seja o maior exportador mundial de carne de frango, a presença do vírus em um plantel comercial acende preocupações quanto à segurança sanitária das exportações.
O bloqueio das importações argentinas permanecerá em vigor até que o Brasil comprove, por meio dos trâmites internacionais exigidos, estar livre da gripe aviária. Essa certificação é um requisito básico para a retomada do comércio bilateral, que inclui volumes significativos de carne de frango e derivados. A Argentina também determinou o reforço das medidas de biossegurança nos estabelecimentos avícolas locais, com o objetivo de prevenir qualquer possibilidade de disseminação do vírus no território nacional.
A gripe aviária é uma doença viral altamente contagiosa que afeta principalmente aves domésticas e silvestres. Quando identificada em granjas comerciais, pode levar ao abate sanitário de grandes quantidades de animais, além de provocar barreiras comerciais em diversos países importadores. Apesar de raros, casos de transmissão para seres humanos já foram registrados, o que contribui para o rigor das medidas adotadas por órgãos de vigilância sanitária em todo o mundo.
O impacto da decisão argentina sobre o setor avícola brasileiro ainda está sendo avaliado por autoridades e produtores. Como um dos principais destinos das exportações brasileiras na América do Sul, o mercado argentino representa uma parcela relevante das vendas de aves e derivados, e sua interrupção temporária pode gerar reflexos tanto na balança comercial quanto na cadeia produtiva.
Enquanto isso, o Brasil deve intensificar suas ações de controle e contenção do foco identificado, seguindo protocolos internacionais de vigilância e resposta a surtos de influenza aviária. A expectativa é de que, com medidas sanitárias eficazes e colaboração entre os setores público e privado, o país possa restabelecer rapidamente sua condição de livre da doença e retomar o fluxo comercial com os países vizinhos.
Além da Argentina, outras nações poderão reavaliar suas importações de produtos avícolas brasileiros diante da nova situação, o que coloca pressão sobre os sistemas de monitoramento e resposta rápida das autoridades sanitárias brasileiras. A ocorrência do surto em uma granja comercial representa uma mudança de cenário significativa em relação aos casos anteriores registrados apenas em aves silvestres, o que exige atenção redobrada dos produtores e das autoridades competentes.
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