POR QUE 8 AÇÕES DISPARARAM E 6 DESPENCARAM NA BOLSA BRASILEIRA EM MAIO

 


O mês de maio de 2025 foi marcado por novos recordes históricos no mercado acionário brasileiro. O principal índice da bolsa de valores, o Ibovespa, atingiu seu maior fechamento da história ao encerrar o dia 20 em 140.109 pontos. No mesmo dia, também alcançou seu maior patamar intraday, batendo os 140.381,93 pontos. Ao fim do mês, o índice acumulou alta de 1,45%, refletindo o otimismo dos investidores diante dos resultados financeiros do primeiro trimestre divulgados por diversas companhias listadas.

Entre os destaques positivos, o setor varejista se sobressaiu. A Azzas 2154, resultado da fusão entre Grupo Soma e Arezzo&Co, liderou os ganhos com uma valorização de 38,66% no mês. O bom desempenho foi impulsionado por um lucro líquido recorrente de R$ 117,7 milhões no primeiro trimestre, acima das expectativas do mercado. O avanço das margens operacionais após ajustes corporativos contribuiu para um clima de confiança entre os investidores.

A Lojas Renner também apresentou recuperação significativa, com valorização de 24,30%. A varejista de moda registrou lucro líquido de R$ 221 milhões, crescimento de quase 59% na comparação anual, superando com folga as projeções. O resultado positivo ajudou a dissipar dúvidas sobre a saúde financeira da empresa, especialmente após um quarto trimestre de 2024 considerado fraco. O crescimento das vendas em mesmas lojas e a diluição de despesas operacionais foram os principais vetores dessa recuperação.

No setor de saúde, a Hapvida viu suas ações subirem 23,28% em maio. O lucro líquido ajustado de R$ 416,4 milhões no trimestre reforçou a solidez da companhia, apesar das pressões de custos e ações judiciais. A integração de sistemas e a recomposição de preços foram vistas como estratégias bem-sucedidas, garantindo receita em um cenário adverso.

Outro nome relevante foi o Assaí, com valorização de 22,09%. A rede atacadista reportou um lucro líquido de R$ 162 milhões, avanço de 74,2% na comparação com o mesmo período do ano anterior. A reação do mercado foi positiva, levando à reavaliação das ações por parte de analistas.

Entretanto, o mês também trouxe perdas expressivas para algumas empresas. A Azul foi a principal queda, com desvalorização de 38,78%. O anúncio de um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, após um prejuízo de R$ 1,82 bilhão no trimestre, derrubou as ações da aérea, que já vinha enfrentando desconfiança do mercado.

Outras quedas relevantes incluíram GPA, com baixa de 28,84%, após mudanças em seu conselho de administração e desempenho ainda deficitário, e RD Saúde, que recuou 25,15% diante de um balanço fraco. O Banco do Brasil também decepcionou, com queda de 19,05%, após divulgar resultados abaixo das expectativas e revisar seu guidance sem apresentar novos parâmetros.

Apesar das turbulências pontuais, o Ibovespa conseguiu encerrar maio em alta, sinalizando a força de grandes companhias e a influência dos resultados corporativos sobre o apetite dos investidores.

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