A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) deu início a um novo ciclo com a estreia do italiano Carlo Ancelotti como técnico da Seleção Brasileira. O renomado treinador europeu foi oficialmente apresentado nesta segunda-feira (26), marcando o começo de uma era que mira a conquista da Copa do Mundo de 2026. O investimento na contratação de Ancelotti reflete a ambição da entidade: um contrato avaliado em 10 milhões de euros por ano, com possibilidade de bônus adicionais em caso de título.
Esse valor, convertido para o real, representa cerca de R$ 64 milhões anuais apenas em salários, podendo chegar a R$ 97 milhões se o Brasil levantar o troféu em 2026. Embora impressione à primeira vista, o montante não compromete a saúde financeira da CBF. Em 2024, a entidade arrecadou R$ 1,18 bilhão — 91% desse valor vindo exclusivamente de patrocínios, direitos de transmissão e receitas comerciais.
O novo comandante assume com a responsabilidade de reorganizar a equipe após anos de resultados frustrantes em grandes competições. A expectativa é que sua experiência internacional e estilo disciplinado de gestão tragam de volta a consistência tática que muitos consideram perdida nos últimos ciclos da Seleção.
O contrato de Ancelotti representa um gasto superior ao total de R$ 57,9 milhões desembolsados pela CBF com pessoal da seleção principal em 2024. Além disso, os custos globais com o futebol profissional masculino alcançaram R$ 201,15 milhões no mesmo período, registrando um crescimento de 131% em relação a 2023. A maior parte dessas despesas é coberta pelas receitas robustas da entidade, sobretudo os direitos de transmissão, que geraram R$ 724,9 milhões em 2024.
Os patrocínios também são uma fonte expressiva de receita. A CBF firmou acordos significativos com grandes marcas como Nike, Guaraná Antártica, Vivo e Itaú. A Nike, por exemplo, assinou contrato de US$ 642 milhões válido entre 2027 e 2038, consolidando-se como uma das maiores parcerias comerciais do futebol brasileiro.
Outras fontes de receita incluem bilheterias e premiações (R$ 66,96 milhões), registros e transferências de atletas (R$ 38,39 milhões), programas de desenvolvimento (R$ 15,72 milhões) e a CBF Academy, com R$ 5,96 milhões. Juntas, essas fontes compõem os 9% restantes da arrecadação total da confederação.
Com fôlego financeiro e uma estratégia de alto investimento, a CBF demonstra que está disposta a tudo para recuperar o protagonismo da Seleção Brasileira no cenário internacional. A chegada de Ancelotti, com seu histórico vitorioso por clubes europeus e sua capacidade de lidar com elencos estrelados, é a principal aposta nessa retomada.
Caso o projeto alcance seus objetivos, os milhões investidos poderão ser facilmente compensados não só pelo retorno esportivo, mas também pelo impacto comercial e institucional de uma eventual conquista mundial.
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