Com o novo aumento de 0,25 ponto percentual na taxa Selic, agora fixada em 15% ao ano, o Banco Central reacende o debate sobre os melhores caminhos para o investidor brasileiro na renda fixa. A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), anunciada nesta quarta-feira (18), reforça o ambiente de juros elevados e altera as projeções de rendimento das principais modalidades de investimento atreladas à taxa básica.
A nova Selic impacta diretamente aplicações como CDBs, LCIs, LCAs e títulos do Tesouro Direto, tornando a renda fixa ainda mais atrativa frente a opções mais tradicionais, como a poupança. Para quem dispõe de valores mais altos para aplicar, como R$ 1 milhão, a diferença nos rendimentos líquidos ao fim de um ou dois anos pode representar ganhos significativos — e influenciar na escolha do produto ideal.
A caderneta de poupança, historicamente considerada segura e acessível, segue na última posição em termos de rentabilidade. Com os juros atuais, o investimento de R$ 1 milhão chegaria a R$ 1.083.791,58 líquidos após um ano, e a R$ 1.174.604,19 em dois anos. O rendimento é calculado com base em uma taxa fixa de 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR), que hoje está em torno de 0,17% ao ano. Contudo, a poupança só passa a render 70% da Selic caso esta fique abaixo de 8,5% ao ano, o que está longe do cenário atual.
Já o Tesouro IPCA+, com sua remuneração atrelada à inflação mais uma taxa fixa, oferece um ganho ligeiramente superior. Nesse tipo de aplicação, o rendimento líquido de R$ 1 milhão alcança R$ 1.090.340,60 em um ano e R$ 1.196.487,61 em dois anos, já descontado o Imposto de Renda (IR). Vale lembrar que a tributação do Tesouro segue tabela regressiva, com alíquotas que vão de 22,5% a 15%, dependendo do prazo.
Os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) seguem como uma das opções mais rentáveis no cenário atual. Um CDB que pague 100% do CDI, indexador que acompanha a Selic, pode fazer o valor de R$ 1 milhão crescer para R$ 1.122.925,00 em um ano e R$ 1.272.170,85 em dois anos. Mesmo com a incidência de IR, o retorno líquido é o maior entre as simulações.
No caso das Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio (LCIs e LCAs), o grande diferencial é a isenção de imposto. Essas aplicações chegam a render R$ 1.126.650,00 líquidos em um ano e R$ 1.269.340,22 em dois, tornando-se altamente competitivas. No entanto, uma Medida Provisória em tramitação no Congresso propõe a tributação dessas letras a partir de 2026, com alíquota de 5%, o que pode afetar sua atratividade futura.
Apesar da rentabilidade, é preciso atenção ao risco. CDBs, LCIs e LCAs contam com garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) até o limite de R$ 250 mil por CPF e por instituição. Assim, grandes investidores devem diversificar entre diferentes bancos para proteger seus recursos. O Tesouro Direto, por outro lado, não é coberto pelo FGC, mas tem a garantia do próprio governo federal.
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