Empresa teve certificado cassado por falhas graves; queda de avião em 2024 matou 62 pessoas
Anac decide encerrar atividades da Voepass
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) cassou de forma definitiva o Certificado de Operador Aéreo (COA) da Voepass. Sem esse documento, a empresa está proibida de operar voos comerciais no Brasil. A decisão marca o fim das atividades da companhia aérea, após uma sequência de falhas técnicas e administrativas consideradas gravíssimas pela agência reguladora.
Irregularidades estruturais motivaram decisão
A cassação ocorreu após diversas inspeções realizadas nas bases de manutenção da Voepass, localizadas nos aeroportos de São Paulo, Recife e Rio de Janeiro. As auditorias encontraram problemas como deformações na fuselagem das aeronaves, trincas na junção entre asa e corpo do avião e até danos nas portas de carga.
Esses defeitos, segundo a Anac, não foram corrigidos dentro dos prazos estipulados. A agência também destacou a “perda de confiabilidade” dos mecanismos internos da Voepass para detectar e resolver essas falhas, o que aumentou o risco das operações.
Acidente com 62 mortos acelerou fiscalização
A fiscalização foi intensificada após o acidente ocorrido em agosto de 2024, quando um avião da empresa caiu em Vinhedo (SP), provocando a morte de 62 pessoas. A tragédia deu início à chamada “Operação Assistida”, um conjunto de medidas emergenciais para averiguar a segurança da frota da companhia.
Durante o último ano e meio, a Anac instaurou 15 processos administrativos contra a Voepass. Apesar dos esforços da empresa para manter a suspensão temporária das operações — e ganhar tempo para reorganizar sua estrutura —, a agência decidiu não ceder.
Empresa já havia pedido recuperação judicial
Em abril deste ano, a Voepass entrou com pedido de recuperação judicial, o que indicava dificuldades financeiras severas. A decisão de cassação do COA, portanto, é mais um capítulo do colapso de uma empresa que já vinha enfrentando múltiplas crises.
Agora, a Voepass está oficialmente impedida de operar qualquer tipo de voo comercial no Brasil. O caso serve como alerta para o setor aéreo sobre a importância do cumprimento rigoroso das normas de segurança.
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