BANCO APONTA 3 MELHORES AÇÕES PARA INVESTIR

 

Os mercados financeiros da América Latina podem estar às vésperas de um novo ciclo prolongado de valorização, com características semelhantes às observadas entre os anos de 2016 e 2018. Essa é a avaliação do Bradesco BBI, que aponta uma combinação favorável de fatores como juros em queda, preços atrativos de ativos e estabilidade política crescente como pilares desse possível novo movimento positivo nas bolsas da região.

Historicamente, os ciclos de alta nos mercados latino-americanos são mais longos e rentáveis que os de baixa. Desde o fim da década de 1980, a região já passou por cinco grandes momentos de valorização, com duração média de pouco mais de cinco anos e retornos acumulados da ordem de 500%. Esse comportamento reforça o otimismo atual do banco, que destaca a possibilidade de um novo “bull market”, termo usado para indicar uma tendência sustentada de alta nos preços dos ativos.

No atual cenário, os analistas do BBI veem paralelos claros com o período entre 2016 e 2018, quando o corte de juros no Brasil e eleições em diversos países da América Latina impulsionaram fortemente os mercados. A valorização das bolsas naquela época superou 80%, em meio a uma onda de reformas e expectativas positivas com a estabilidade fiscal e política.

Hoje, o ambiente também reúne componentes similares. As taxas de juros começam a ceder em algumas economias da região, abrindo espaço para maior apetite por risco e retomada dos investimentos. Ao mesmo tempo, os ativos latino-americanos continuam com preços considerados baixos, especialmente se comparados a outros mercados emergentes e desenvolvidos. O câmbio também favorece a atratividade desses ativos, já que muitas moedas locais permanecem desvalorizadas frente ao dólar.

O Brasil, segundo o relatório, permanece bem posicionado nesse contexto. O banco mantém recomendação positiva para ações brasileiras, com destaque para empresas ligadas ao ciclo de juros, estatais e setores que demandam maior volume de capital, como energia e infraestrutura. O portfólio sugerido para o país recentemente passou por ajustes, substituindo nomes como Assaí e Sabesp por Renner e Copel, além da inclusão da chilena LatAm Airlines como aposta regional.

Mesmo com a alta acumulada recente — o índice MSCI LatAm já avança cerca de 26% no ano —, os analistas do banco acreditam que há espaço para continuidade do movimento. O desempenho fraco dos mercados emergentes na última década deixou muitos investidores receosos de novas altas insustentáveis. No entanto, o relatório ressalta que os fundamentos econômicos atuais diferem dos ciclos que fracassaram anteriormente.

Com cenário macroeconômico mais previsível, lucros corporativos em crescimento e ativos depreciados, a América Latina surge como uma região promissora para investidores em busca de valorização no médio e longo prazo. A percepção é de que o momento atual pode marcar o início de uma nova fase de expansão e ganhos consistentes nas bolsas da região.

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