BANCO INTERNACIONAL ALTERA RECOMENDAÇÃO PARA XP E B3

 


O banco Goldman Sachs atualizou sua avaliação sobre a XP Inc., elevando a recomendação dos papéis da corretora de "Neutro" para "Compra", com aumento do preço-alvo para US$ 23. A decisão reflete uma nova perspectiva sobre os fundamentos da empresa, destacando seu desempenho resiliente e a diversificação de receitas que vem ganhando força, especialmente no segmento de renda fixa.

Tradicionalmente associada ao mercado de ações, a XP vem reduzindo sua dependência desse setor, com a área de renda fixa superando a renda variável como principal fonte de receitas. Essa mudança estrutural foi considerada positiva pelos analistas, já que oferece maior estabilidade em momentos de oscilação do mercado acionário. A nova composição das receitas fortalece a posição da empresa, mesmo em um cenário onde a queda da taxa de juros seja mais lenta do que o previsto.

No entanto, caso os juros caiam mais rapidamente, a XP pode se beneficiar ainda mais, alavancando seus resultados com uma combinação de crescimento na base de clientes, aumento na eficiência operacional e expansão dos produtos de investimento. De acordo com as projeções, há expectativa de um crescimento de lucros em torno de 16% até 2026 em um cenário-base, com potencial de desempenho ainda melhor caso o ambiente macroeconômico seja favorável.

A XP também demonstra uma posição de capital sólida, o que pode impulsionar ações de retorno ao acionista, como recompras de ações e pagamento de dividendos adicionais. Essa condição financeira reforça a confiança no modelo de negócios da companhia e amplia seu potencial de valorização no médio e longo prazo.

Em paralelo, o Goldman Sachs revisou para baixo sua avaliação sobre a B3, operadora da bolsa brasileira. A recomendação foi rebaixada de "Compra" para "Neutro", refletindo preocupações com o espaço limitado para expansão das margens e os riscos associados à concorrência e a possíveis ações judiciais. Segundo a análise, o momento atual exige uma recuperação mais robusta do mercado de ações para justificar uma visão mais otimista sobre a B3.

O desempenho recente da B3 também pesou na revisão. A alta acumulada de aproximadamente 40% no ano levou os analistas a considerarem que o ativo está precificado de forma justa, o que limita o potencial de valorização adicional. Além disso, o cenário macroeconômico, ainda marcado por incertezas, contribui para uma visão mais cautelosa sobre os papéis da companhia.

Com essas revisões, o mercado observa dois caminhos distintos para empresas do setor financeiro: enquanto a XP mostra sinais de adaptação e crescimento sustentado com diversificação de receitas, a B3 enfrenta desafios para manter seu ritmo de valorização sem um impulso mais claro do mercado acionário.

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