O Ibovespa encerrou a sessão desta segunda-feira com leve queda de 0,3%, aos 135.699 pontos, após oscilar bastante ao longo do pregão. A queda reflete o impacto das novas propostas fiscais do governo federal, que continuam gerando desconfiança entre investidores. Em um cenário de busca por maior arrecadação, o foco do governo permanece no aumento de tributos, o que não tem agradado o mercado, que esperava medidas mais robustas de contenção de gastos públicos.
Apesar do viés negativo, o desempenho do índice foi atenuado por ações de peso que apresentaram ganhos relevantes. O grande destaque positivo foi a Gerdau, cujas ações preferenciais dispararam mais de 6% após um relatório otimista do UBS BB. O aumento das tarifas de importação de aço pelos Estados Unidos, de 25% para 50%, impulsionou as expectativas sobre a empresa, fortalecendo sua competitividade em relação a concorrentes estrangeiros. Com isso, o otimismo em torno do setor siderúrgico cresceu, refletindo diretamente nas ações da companhia.
A Embraer também teve desempenho expressivo, com alta de 4,6%. A proximidade do Paris Air Show, evento tradicional do setor aeronáutico, animou o mercado diante da expectativa de anúncios de novos pedidos. A possível movimentação bilionária nas áreas comercial e de defesa da fabricante brasileira reforçou o sentimento positivo em relação à companhia.
Entre os destaques negativos, a Petrobras recuou 1,55%, pressionada por uma ação judicial movida pela Sete Brasil, que atribui à estatal uma responsabilidade financeira bilionária. A notícia adicionou mais um fator de incerteza ao cenário da petroleira, que já vinha sendo observada com cautela por analistas devido às projeções financeiras para os próximos anos. A recomendação neutra emitida pelo Santander reforçou o tom de prudência quanto ao papel.
Os bancos também encerraram o dia em baixa. Itaú Unibanco, Bradesco e BTG Pactual registraram perdas leves, influenciados pela possibilidade de aumento na Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) das instituições financeiras, uma das novas medidas de arrecadação propostas pelo Ministério da Fazenda. A medida é interpretada pelo mercado como mais uma pressão fiscal sobre o setor, reduzindo o potencial de lucro das instituições no curto e médio prazos.
Outro papel que teve queda relevante foi a B3, com recuo de mais de 3%. O movimento reflete a notícia de que a London Stock Exchange firmou acordo para fornecer infraestrutura tecnológica à A5X, nova bolsa brasileira de derivativos e futuros. A possível concorrência traz um novo cenário de disputa para a empresa que hoje detém o monopólio de negociações de ativos no país.
Na ponta negativa também apareceu a Raízen, com queda de 2%. O pessimismo dos analistas quanto à demora na efetivação da reestruturação da empresa, aliado à expectativa de menores preços do açúcar e moagem de cana, pesou sobre os papéis.
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