O Ibovespa encerrou a sessão desta quarta-feira em queda de 0,4%, aos 137.001,58 pontos, refletindo um dia de volatilidade e incertezas tanto no cenário doméstico quanto internacional. A desvalorização do índice foi puxada principalmente pelo recuo das ações da Petrobras, impactadas pela queda nos preços do petróleo no mercado externo e pelos temores em relação a novas medidas do governo federal voltadas à arrecadação junto ao setor de energia.
O índice chegou a operar em alta durante a manhã, influenciado por uma pesquisa que apontou piora na avaliação do governo, movimento que alimentou especulações sobre mudanças políticas. No entanto, esse impulso inicial perdeu força diante da realização de lucros por parte de investidores, especialmente em ações que vinham acumulando ganhos nas últimas sessões.
A Petrobras teve queda expressiva de 2,75%, em um contexto de retração de mais de 1% no preço do barril do petróleo tipo Brent no exterior. O temor de que o governo federal possa adotar medidas voltadas ao aumento de arrecadação no setor petrolífero ampliou a pressão sobre os papéis da estatal, que já vinham sendo negociados com cautela.
Enquanto isso, o setor financeiro também contribuiu negativamente para o desempenho do Ibovespa. O Itaú Unibanco completou o sexto pregão seguido de queda, acumulando recuo de quase 3% desde o fim de maio. Bradesco, Santander e Banco do Brasil também registraram perdas, em meio à instabilidade causada pelas discussões em torno de um novo pacote fiscal.
As expectativas para esse pacote seguem em alta. O governo ainda discute alternativas ao aumento do IOF, que causou forte reação do mercado no mês anterior. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou que ajustes podem ser feitos, dependendo do avanço de propostas estruturais que ainda serão debatidas com o Congresso. Cortes em incentivos fiscais e mudanças nos gastos com o Fundeb estão entre os pontos em negociação.
Na ponta positiva, ações ligadas ao setor de mineração conseguiram resistir à queda do índice. A Vale subiu 0,46%, acompanhando o desempenho dos contratos futuros de minério de ferro na China, que fecharam com alta de mais de 1%. A valorização refletiu expectativas de melhora na demanda chinesa, impulsionando os papéis das mineradoras brasileiras.
Entre os destaques setoriais, o setor imobiliário teve desempenho modesto, com o índice do segmento subindo 0,16%. A ação da MRV, no entanto, disparou quase 7%, ampliando a recuperação após perdas significativas em maio. Já a Embraer teve alta de 4,06%, em resposta à elevação de recomendação por parte de analistas internacionais.
Por outro lado, o varejo enfrentou um dia negativo. Magazine Luiza caiu mais de 2%, acompanhada por outras companhias do setor como Assaí, Vivara e Natura, que também encerraram a sessão em queda, pressionadas por ajustes e pelo ambiente macroeconômico desafiador.
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