Bolsas da Europa caem com realização de lucros e incertezas sobre política de Trump; entenda

 


Realização de lucros marca início da semana nas bolsas europeias

As principais bolsas da Europa fecharam em queda nesta segunda-feira (30), pressionadas por um movimento de realização de lucros após os ganhos expressivos da última semana. Além disso, os investidores monitoram com atenção as decisões do governo dos Estados Unidos, liderado pelo presidente Donald Trump, especialmente em relação à política comercial e energética.

O índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 0,42%, encerrando o dia a 541,37 pontos. As bolsas de Londres, Frankfurt e Paris também acompanharam o movimento de baixa, com recuos respectivos de 0,43% (FTSE 100), 0,51% (DAX) e 0,33% (CAC 40).


Destaques do Reino Unido e Canadá

No Reino Unido, o governo anunciou que entrou em vigor o acordo comercial que reduz tarifas para carros e peças de aeronaves britânicos exportados aos EUA, o que beneficiou empresas como a Rolls-Royce, que subiu 1,59% na bolsa de Londres.

Enquanto isso, o primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, declarou que as negociações comerciais com os EUA foram retomadas. O avanço ocorre após o governo canadense decidir suspender a taxação sobre empresas de tecnologia norte-americanas, o que foi bem recebido pelo mercado.


Propostas de Trump impactam setor de energia limpa

As ações do setor de energia renovável tiveram quedas expressivas, reagindo à proposta do presidente Donald Trump — com apoio do Senado — de restringir incentivos fiscais para projetos de energia limpa que não estejam totalmente construídos até 2027. Até agora, a exigência era que a construção tivesse início até o fim de 2025.

O anúncio impactou negativamente ações como Orsted (-3,72%) e Vestas (-7,97%) em Copenhague, além da EDP Renováveis, que caiu 4,29% em Lisboa, pressionando o PSI 20, que recuou 0,89% a 7.456,27 pontos.


BCE vê economia da zona do euro estagnada

O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, afirmou que a economia da zona do euro enfrenta uma "enorme e brutal incerteza" devido à instabilidade da política comercial global. Apesar de considerar bom o desempenho do primeiro trimestre, ele prevê estagnação no segundo e terceiro trimestres deste ano.


Indicadores econômicos mistos na Europa

Entre os dados divulgados, a inflação da Alemanha desacelerou em junho, com alta de 2,0% no ano, abaixo da previsão de 2,2%. Já as vendas no varejo alemão surpreenderam negativamente com uma queda de 1,6% em maio. Por outro lado, o PIB do Reino Unido cresceu 0,7% no primeiro trimestre de 2025, superando expectativas.


Bolsas do sul da Europa resistem

Nem todas as bolsas europeias fecharam no vermelho. Em Milão, o índice FTSE MIB subiu 0,13%, enquanto em Madri, o Ibex 35 avançou 0,16%. Essas altas foram sustentadas por performances individuais positivas e pela expectativa de acordos comerciais que podem favorecer o bloco europeu nos próximos meses.

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