BOLSAS EUROPEIAS SURPREENDEM EM MEIO EM MEIO AO AGRAVAMENTO DAS GUERRAS E SOBEM; SAIBA POR QUÊ

 


Os principais mercados acionários da Europa encerraram o pregão desta sexta-feira com resultados positivos, impulsionados por um breve alívio nas tensões geopolíticas entre Israel e Irã. A exceção foi a bolsa de Londres, que registrou queda, pressionada por dados negativos do varejo britânico e preocupações setoriais no setor imobiliário.

O índice pan-europeu Stoxx 600 avançou 0,13%, encerrando aos 536,53 pontos, refletindo um movimento de retomada do apetite por risco entre os investidores. A cautela, porém, permanece no radar, com analistas ponderando que o conflito no Oriente Médio ainda está longe de uma solução e pode se intensificar a qualquer momento.

A sinalização da Casa Branca de que o presidente Donald Trump decidirá nas próximas duas semanas sobre a eventual entrada dos Estados Unidos na guerra entre Israel e Irã trouxe certo alívio aos mercados, reduzindo a percepção de que uma escalada militar seria iminente. Segundo relatos, representantes dos EUA e do Irã mantiveram diálogos nos bastidores, o que contribuiu para melhorar temporariamente o humor dos investidores.

Na Alemanha, o índice DAX teve alta expressiva de 1,27%, encerrando a 23.350,55 pontos, enquanto o FTSE MIB de Milão subiu 0,74%, atingindo 39.231,35 pontos. A bolsa de Madri também teve desempenho positivo, com o Ibex35 avançando 0,77%, a 13.850,30 pontos. Já em Lisboa, o PSI 20 subiu 0,71%, fechando em 7.444,96 pontos.

Paris também terminou em território positivo. O índice CAC 40 registrou alta de 0,48%, impulsionado pelo desempenho da Eutelsat. As ações da operadora francesa de satélites dispararam após a empresa anunciar planos de levantar 1,35 bilhão de euros em um aumento de capital, destinado a financiar sua expansão estratégica. O aporte será subscrito pela APE, a agência que gerencia os investimentos estatais franceses, o que reforçou a confiança do mercado na solidez da operação.

Por outro lado, o cenário no Reino Unido foi mais contido. O índice FTSE 100 recuou 0,20%, fechando aos 8.774,65 pontos. A queda foi puxada principalmente pelo setor de construção civil, após a construtora Berkeley alertar para um possível período de retornos menores. A empresa também anunciou mudanças na gestão: Rob Perrins, ex-CEO, assumirá a presidência executiva a partir de setembro, sendo substituído por Richard Stearn, atual diretor financeiro.

Além disso, dados divulgados nesta sexta-feira indicaram uma queda acentuada de 2,7% nas vendas do varejo britânico em maio, aumentando as incertezas sobre a força da recuperação econômica local. A decisão recente do Banco da Inglaterra de manter a taxa básica de juros em 4,25% foi recebida com cautela, diante do desempenho fraco dos indicadores.

Na zona do euro, o índice de confiança do consumidor recuou ligeiramente, de -15,2 em maio para -15,3 em junho, conforme dados preliminares. O número reforça que, apesar de algum alívio externo, o clima ainda é de vigilância.

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