As bolsas de Nova York encerraram o pregão desta quinta-feira (12) com ganhos, sustentadas por resultados corporativos expressivos e novos dados inflacionários que reforçaram expectativas de cortes de juros nos Estados Unidos. O Dow Jones avançou 0,24%, atingindo 42.967,62 pontos, enquanto o Nasdaq, impulsionado por empresas de tecnologia, também subiu 0,24%, fechando em 19.662,48 pontos.
Os investidores reagiram com entusiasmo aos números do índice de preços ao produtor (PPI), que vieram abaixo das expectativas do mercado, sinalizando uma trajetória mais branda da inflação no país. Essa desaceleração ocorre logo após o índice de preços ao consumidor (CPI) também ter surpreendido positivamente, alimentando a perspectiva de que o Federal Reserve poderá iniciar em breve um ciclo de cortes na taxa básica de juros.
No cenário político, o presidente Donald Trump reiterou seu apelo ao Fed por um corte mais agressivo nas taxas e anunciou que pretende implementar novas tarifas unilaterais contra parceiros comerciais nos próximos dias. Apesar da postura protecionista, ele voltou a afirmar que acredita em um acordo com a China, o que gerou cautela, mas não impediu o avanço dos índices acionários.
Entre os destaques negativos do dia, a Boeing teve a maior queda percentual entre as ações do índice Dow Jones, com recuo de 4,79%. O tombo foi motivado por um grave acidente envolvendo um de seus aviões, o modelo 787, que caiu logo após a decolagem na Índia. O voo da Air India transportava 242 passageiros, e apenas uma pessoa sobreviveu. Autoridades locais relataram também dezenas de feridos em solo. A queda gerou forte impacto também nas ações da GE Aerospace, fornecedora dos motores GEnx do avião, que caíram 2,25%.
Na ponta oposta, a Oracle registrou um salto expressivo de 13,3% após divulgar resultados trimestrais superiores às projeções do mercado. O crescimento da receita foi puxado principalmente pela divisão de infraestrutura em nuvem, indicando fortalecimento da empresa em um setor altamente competitivo.
Outro movimento significativo envolveu a BioNTech, que anunciou a compra da CureVac por US$ 1,25 bilhão em uma estratégia de expansão de seu portfólio de tratamentos oncológicos. A notícia impulsionou as ações da CureVac em 37,6%, enquanto os papéis da própria BioNTech, listados nos EUA, recuaram 0,51%.
A Chime também se destacou positivamente ao realizar sua estreia na Bolsa de Valores com forte valorização. A empresa viu suas ações saltarem 37% no primeiro dia de negociação, depois de precificar sua oferta pública inicial (IPO) acima das estimativas iniciais, demonstrando apetite dos investidores por empresas de tecnologia financeira.
Por outro lado, a Voyager Technologies, que havia estreado com euforia na véspera — com alta de 126% —, amargou perdas de 12,4% nesta sessão. A empresa atua nos setores de defesa e tecnologia espacial, áreas sensíveis à percepção de risco e à volatilidade do mercado.
O desempenho desta quinta-feira reforça o momento de transição nas bolsas americanas, onde os olhos do mercado seguem voltados tanto para o ritmo da política monetária quanto para os resultados corporativos de grandes empresas. A combinação de inflação sob controle e balanços positivos tende a sustentar o otimismo, mas as incertezas políticas e geopolíticas seguem no radar dos investidores.
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