EVACUAÇÃO EM EMBAIXADA GERA BAQUE EM BOLSA DOS EUA E DEIXA INVESTIDORES EM ALERTA; ENTENDA

 


Os principais índices acionários de Nova York encerraram a quarta-feira em direções divergentes, refletindo um ambiente de mercado ainda pressionado por dúvidas quanto ao futuro das relações comerciais entre Estados Unidos e China, além de novas tensões geopolíticas no Oriente Médio. A perda de fôlego nas últimas horas de negociação mostrou o equilíbrio instável entre otimismo inicial e o surgimento de novas preocupações.

O índice Dow Jones encerrou o dia praticamente estável, aos 42.865,77 pontos. Já o S&P 500 teve recuo de 0,27%, terminando a sessão aos 6.022,24 pontos. O Nasdaq, mais sensível ao desempenho de empresas de tecnologia, caiu 0,50%, fechando aos 19.615,88 pontos. A falta de clareza sobre o acordo comercial firmado entre Washington e Pequim foi um dos principais fatores para o arrefecimento dos ganhos observados pela manhã.

Ainda que os mercados tenham recebido bem o anúncio de um pacto preliminar entre as duas maiores economias do mundo, a ausência de detalhes concretos sobre os termos do acordo e suas implicações práticas gerou cautela entre os investidores. Um dos pontos mais sensíveis envolve a exportação de terras raras — minerais essenciais para a produção de tecnologia —, já que a China decidiu manter um limite de seis meses para as licenças de exportação, o que representa uma pressão nas negociações futuras.

Além disso, o cenário geopolítico também contribuiu para o clima de incerteza. Durante a tarde, surgiram informações de que os Estados Unidos estariam preparando uma evacuação parcial de sua embaixada no Iraque, diante do aumento dos riscos de segurança na região. A notícia acendeu um sinal de alerta em Wall Street, provocando uma virada no humor dos investidores.

Em meio à volatilidade geral, alguns setores da economia americana mostraram movimentos mais acentuados. As ações da General Motors, por exemplo, tiveram alta de 1,92% após o anúncio de investimentos bilionários para ampliar a produção de veículos no país, sinalizando otimismo com o mercado interno. Por outro lado, o setor siderúrgico enfrentou perdas significativas, diante da possibilidade de um acordo entre Estados Unidos e México para reduzir as tarifas de importação sobre o aço mexicano. Empresas como Nucor, Cleveland-Cliffs e Steel Dynamics registraram quedas expressivas em seus papéis.

Outro setor fortemente impactado foi o de aviação comercial. O aumento no preço do petróleo pressionou os custos operacionais das companhias aéreas, resultando em perdas acentuadas. A American Airlines teve queda de 6,59%, enquanto a Delta caiu 4,86% e a United Airlines recuou 5,49%, refletindo a sensibilidade desse segmento aos preços dos combustíveis.

O dia nos mercados norte-americanos foi, portanto, marcado por uma combinação de notícias contraditórias, onde sinais positivos foram anulados por novas incertezas. A expectativa dos investidores agora gira em torno dos próximos desdobramentos do acordo entre EUA e China, bem como da estabilidade no Oriente Médio, que promete continuar influenciando o humor dos mercados nos próximos dias.

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