Fed mantém cautela sobre tarifas e inflação: “Estamos em modo de espera”, diz presidente do Fed de Minneapolis

 


O presidente do Federal Reserve (Fed) de Minneapolis, Neel Kashkari, reafirmou nesta terça-feira (24) que a inflação nos Estados Unidos ainda está acima da meta de 2% do banco central, mas destacou que o país já avançou significativamente no combate ao problema. Em evento promovido pela Câmara de Comércio de La Crosse, Kashkari ressaltou que o banco central permanece em “modo de espera” para entender melhor os efeitos das tarifas comerciais sobre a inflação e a economia americana.

Segundo Kashkari, as tarifas impostas por Washington a diferentes países introduziram uma complexidade adicional ao cenário econômico, deixando empresas e investidores cautelosos. “Ouço um nervosismo das empresas por conta das tarifas. Elas estão esperando mais clareza e estão nervosas de fazerem maiores investimentos e, possivelmente, as regras mudarem. Há uma preocupação de como o futuro será”, afirmou o membro do Fed.

A declaração reforça a postura atual do banco central americano, que tem adotado uma abordagem prudente diante das incertezas criadas pelas tensões comerciais globais. Embora a inflação tenha mostrado sinais de desaceleração, o Fed ainda não indica a intenção de realizar cortes imediatos na taxa básica de juros, optando por aguardar dados mais concretos sobre os impactos das tarifas.

Tarifa: ponto de interrogação para a política monetária

Neel Kashkari destacou que as tarifas “ainda são um ponto de interrogação para a política”. Ele enfatizou que o Fed prefere ter evidências mais claras do impacto real dessas medidas antes de promover qualquer alteração na condução da política monetária.

“É possível que o Fed corte as taxas quando a inflação ainda estiver alta, caso o mercado de trabalho se deteriore drasticamente”, ponderou Kashkari, mostrando que o banco central mantém a flexibilidade para ajustar sua estratégia conforme a evolução das condições econômicas.

Essa cautela foi reforçada em outras falas recentes do presidente do Fed, Jerome Powell, que também indicou que cortes nos juros não são iminentes, especialmente enquanto o banco central estuda o impacto das tarifas sobre os preços e o comportamento das empresas.

O nervosismo do mercado diante da incerteza comercial

A mensagem de Kashkari reflete um sentimento comum entre analistas e empresários nos EUA, que têm demonstrado preocupação com a imprevisibilidade gerada pelas disputas comerciais, principalmente entre os Estados Unidos e a China.

As tarifas afetam não só os custos das importações, mas também a confiança dos investidores e a disposição das empresas para expandir seus negócios, o que pode desacelerar o crescimento econômico e influenciar as decisões do Fed.

O Fed em modo de espera

Com a inflação ainda acima do objetivo, o Fed parece adotar uma estratégia de observação, aguardando informações mais detalhadas para decidir os próximos passos. Enquanto isso, o mercado acompanha de perto as falas dos membros do banco central e indicadores econômicos, buscando sinais sobre o futuro da política monetária.

Kashkari lembrou que, apesar dos desafios, o progresso já foi significativo para conter a alta dos preços, mas reforçou que o caminho para o controle total da inflação ainda é incerto devido aos efeitos externos, como as tarifas.

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