GRANDE BANCO DOS EUA REVELA QUAIS AÇÕES BRASILEIRAS SÃO SUAS PREFERIDAS E REBAIXA PETROBRAS

 


O Bank of America (BofA) publicou um relatório nesta semana no qual rebaixou a recomendação para a Bolsa brasileira de “overweight” para “marketweight”, o que representa uma mudança de postura mais cautelosa em relação ao mercado de ações do país. A decisão reflete uma avaliação de que os ativos locais já não apresentam potencial de valorização tão claro quanto em trimestres anteriores, após uma recuperação consistente registrada ao longo dos últimos 12 meses.

Mesmo com essa mudança de perspectiva, o BofA não abandona completamente o mercado brasileiro. Pelo contrário, o banco passa a demonstrar preferência por ações com maior exposição à economia doméstica, em detrimento de empresas fortemente atreladas ao desempenho de commodities, como petróleo, minério de ferro e celulose. Esse movimento indica uma leitura mais conservadora diante de fatores externos e da instabilidade nos preços internacionais das matérias-primas.

Em seu portfólio de ações recomendadas no Brasil, o banco americano promoveu ajustes significativos. A farmacêutica Hypera foi incluída entre os papéis preferidos, enquanto Localiza, do setor de locação de veículos, e Assaí, do ramo de atacarejo, foram retiradas da lista. Segundo o BofA, as duas últimas já registraram bom desempenho recente e não apresentam novos catalisadores de crescimento no curto prazo.

A escolha por Hypera se baseia em critérios como valuation atrativo e forte geração de caixa, características consideradas relevantes em um cenário de menor apetite por risco. Com essa adição, o BofA reforça sua visão de que empresas com negócios resilientes e voltados ao consumo interno devem se sair melhor em um ambiente econômico mais desafiador.

A mudança de postura em relação à Bolsa brasileira também ocorre em um contexto de avaliação neutra do país em comparação com outras economias da América Latina. Enquanto algumas nações vizinhas ainda oferecem oportunidades de crescimento mais evidentes, o Brasil passa a ocupar uma posição intermediária no radar dos investidores globais, segundo o banco.

Outro dado destacado pelo relatório é o comportamento técnico do Ibovespa. Atualmente, cerca de 67% das ações que compõem o principal índice da Bolsa estão acima da média de 200 períodos, um indicador técnico de longo prazo. Esse patamar é o mais elevado desde agosto de 2024, o que sugere que grande parte do mercado já precificou uma boa parte das expectativas positivas, limitando o espaço para novas altas expressivas.

A revisão do BofA chega em um momento em que investidores avaliam com mais cautela os próximos passos da política econômica brasileira, o impacto de medidas fiscais e o cenário internacional, especialmente no que diz respeito ao comportamento das commodities e às taxas de juros globais. Assim, a preferência por ativos menos expostos à volatilidade externa reflete uma busca por segurança e previsibilidade nos investimentos.

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