Quarto mês seguido de ganhos reflete confiança do investidor
O Ibovespa encerrou o primeiro semestre de 2025 com forte valorização, acumulando alta de 15,43% no período e encerrando junho aos 138.854 pontos. Foi o quarto mês consecutivo de ganhos, impulsionado pela queda nos rendimentos dos Treasuries americanos e nas taxas futuras de juros no Brasil. O fluxo de capital estrangeiro foi determinante para sustentar a valorização do principal índice da bolsa brasileira.
Em junho, o avanço foi de 1,33%, com destaque para ações ligadas à economia doméstica, que se beneficiaram da perspectiva de estabilidade da Selic em 15% e de um cenário macroeconômico mais favorável.
Educação e consumo lideram as maiores altas
Entre as maiores altas do semestre, Cogna (COGN3) e Yduqs (YDUQ3), ambas do setor educacional, se destacaram com valorização de 165% e 100%, respectivamente. A retomada do otimismo sobre o setor se deu com a conclusão da captação de alunos, discussões sobre fusão entre as companhias e a implementação do novo marco regulatório do ensino a distância.
Outro destaque foi Assaí (ASAI3), com alta de 103%. A empresa entregou o melhor primeiro trimestre de sua história, com aumento nas vendas mesmas lojas e rentabilidade elevada. O sucesso da conversão das lojas adquiridas do Extra e o valuation atrativo ajudaram a impulsionar os papéis.
CVC (CVCB3), com valorização de 74%, se beneficiou da queda do dólar e de expectativas de retomada do fluxo de caixa. Direcional (DIRR3) subiu 69%, apoiada por boas perspectivas no programa Minha Casa, Minha Vida. Já Lojas Renner (LREN3) avançou 64%, com revisões positivas nas projeções de lucro e recuperação no varejo.
Setores tradicionais também aparecem entre os ganhos
Além dos destaques domésticos, ações como Cyrela (CYRE3), Magazine Luiza (MGLU3), BTG Pactual (BPAC11) e Itaú Unibanco (ITUB4) também figuraram entre as maiores altas, com ganhos entre 39% e 61%.
Esses avanços mostram uma reprecificação generalizada da bolsa, com melhora de fundamentos e menor aversão ao risco por parte dos investidores.
Quedas atingem setores de commodities e farmacêutico
Na ponta oposta, a maior queda foi da RD Saúde (RADL3), que recuou 30,86% após fraco desempenho no primeiro trimestre e revisão de lucros para baixo. Brava (BRAV3), ligada ao petróleo, caiu 26%, pressionada por preços da commodity e alta alavancagem.
Outras quedas relevantes foram de São Martinho (SMTO3), Raízen (RAIZ4), Usiminas (USIM5) e Braskem (BRKM5), com desvalorizações acima de 20%, impactadas por fatores como margens pressionadas, incertezas sobre controle acionário e baixa nas commodities.
Perspectivas para o segundo semestre
Apesar do bom desempenho no primeiro semestre, analistas destacam que o segundo semestre pode exigir maior seletividade por parte dos investidores. A permanência dos juros elevados e a volatilidade externa são fatores de atenção. No entanto, a continuidade da entrada de capital estrangeiro e os ganhos de eficiência nas empresas brasileiras podem manter o Ibovespa em trajetória positiva.
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