Ibovespa dá salto após sequência de quedas — mas um gigante do índice surpreende negativamente

 


O Ibovespa encerrou a terça-feira em alta de 0,45%, aos 137.164,61 pontos, revertendo uma sequência de quatro quedas consecutivas. A recuperação foi impulsionada principalmente por ações de bancos e pela sinalização de uma trégua no conflito entre Irã e Israel, anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump. A melhora no cenário internacional e o alívio nas apostas sobre a política monetária brasileira também ajudaram a sustentar o avanço.


Trégua no Oriente Médio reduz risco global

Apesar de acusações mútuas de violações, a confirmação de um cessar-fogo entre Irã e Israel trouxe um respiro ao mercado, que vinha operando sob forte tensão geopolítica. A ausência de impactos relevantes na produção e transporte de petróleo reforçou a sensação de estabilidade, levando à queda nas cotações do barril Brent — o que, por outro lado, prejudicou empresas ligadas à commodity, como a Petrobras.


Política monetária brasileira mais previsível

Internamente, o destaque ficou para a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que reforçou a percepção de que o ciclo de alta da Selic chegou ao fim com a taxa em 15%. O Banco Central indicou que os juros devem permanecer elevados por um longo período, diante das expectativas de inflação ainda desancoradas.

Mesmo com essa postura conservadora, o tom foi interpretado como menos agressivo, e investidores passaram a considerar a possibilidade de cortes na taxa básica apenas a partir de 2025 — ou até 2026, segundo projeções mais cautelosas, como a do Goldman Sachs.


Bancos se destacam entre as maiores altas

O setor bancário liderou os ganhos do dia, com Itaú Unibanco (ITUB4) subindo 1,89%, seguido por Santander Brasil (SANB11) com 1,82%, Banco do Brasil (BBAS3) com 1,66% e Bradesco (BBDC4) com leve alta de 0,3%. O desempenho refletiu o alívio nos juros futuros e a leitura de um cenário macroeconômico mais previsível.


Queda no petróleo pesa sobre Petrobras

Na contramão, a Petrobras (PETR4) recuou 1,97%, acompanhando a desvalorização de mais de 6% do petróleo Brent. Outras empresas do setor também registraram perdas expressivas: 3R Petroleum (RRRP3) caiu 6,9%, PetroRecôncavo (RECV3) perdeu 4,67% e PRIO (PRIO3) caiu 3,91%.


Destaques setoriais e corporativos

  • A Vamos Locação (VAMO3) teve a maior alta do dia, com valorização de 7,23%, beneficiada pela queda nas taxas de juros.

  • CVC Brasil (CVCB3) avançou 4,8%, enquanto Magazine Luiza (MGLU3) subiu 2,13%.

  • No setor de shoppings, Iguatemi (IGTI11) ganhou 3,65% após anunciar a venda de ativos de R$ 500 milhões.

  • Vale (VALE3) ficou praticamente estável, com leve queda de 0,02%, afetada por recuo no minério de ferro na China.

  • São Martinho (SMTO3) recuou 2,47% após divulgar estimativas da nova safra.

  • Fora do índice, a C&A (CEAB3) subiu 2,64% após romper parceria financeira com o Bradesco.


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