Ibovespa fecha melhor primeiro semestre desde 2016 com fluxo estrangeiro e otimismo para 2026

 


Alta de 15,44% em 2025 marca retomada consistente da Bolsa

O Ibovespa encerrou o primeiro semestre de 2025 com um avanço de 15,44%, no melhor desempenho para o período desde 2016. Nesta segunda-feira (30), o principal índice da B3 subiu 1,45% e fechou aos 138.854 pontos, impulsionado pela queda nos rendimentos dos Treasuries americanos, recuo nas taxas futuras de juros no Brasil e otimismo com a economia nacional.

Com volume financeiro de R$ 20,5 bilhões no pregão, o Ibovespa completou o quarto mês consecutivo de alta. Em junho, a valorização acumulada foi de 1,33%, com o índice chegando a tocar 139.102 pontos na máxima do dia.


Capital estrangeiro impulsiona desempenho do semestre

O movimento positivo da Bolsa brasileira em 2025 tem como principal sustentação o fluxo de capital externo. Somente em junho, até o dia 26, o saldo estrangeiro na B3 estava positivo em R$ 4,2 bilhões. No acumulado do ano, o montante ultrapassa R$ 25 bilhões — maior entrada líquida de capital estrangeiro desde 2022.

Esse fluxo tem sido direcionado principalmente para ações ligadas à economia doméstica, refletindo confiança dos investidores internacionais no potencial de crescimento do Brasil, mesmo com os riscos fiscais em evidência.


Ações locais e alívio nas taxas de juros favorecem mercado

Além do fluxo estrangeiro, a queda nas taxas dos contratos futuros de juros (DI) e o alívio nos rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano favoreceram ativos ligados à economia doméstica. Dados do Caged mostrando criação de vagas formais abaixo do esperado também reforçaram a leitura de que o Banco Central pode manter a Selic estável por mais tempo, com espaço eventual para cortes futuros.

Empresas mais sensíveis ao ciclo econômico, como varejo e instituições financeiras, lideraram os ganhos da sessão e continuam entre as apostas principais para o segundo semestre.


Otimismo com eleições e política monetária mantém rali

Mesmo com incertezas fiscais, grandes bancos e casas de análise seguem otimistas com o Brasil. A expectativa de um ciclo de corte de juros nos EUA pelo Federal Reserve e uma eventual flexibilização da Selic no Brasil contribuem para esse cenário positivo.

Além disso, o mercado já começa a antecipar o cenário eleitoral de 2026, considerando que potenciais mudanças políticas possam favorecer reformas estruturais e maior previsibilidade econômica. Essa precificação, segundo analistas, será um fator determinante para o comportamento da Bolsa nos próximos trimestres.


XP e Bradesco BBI destacam janela histórica para ações

Para Raphael Figueredo, estrategista da XP, o mercado vive uma “janela histórica de oportunidades”, especialmente em setores como bancos e varejo. Ele alerta que manter exposição excessiva à renda fixa pode se tornar uma armadilha diante do ciclo positivo para a renda variável.

O Bradesco BBI também reforçou sua recomendação de compra para ações brasileiras, destacando semelhanças do atual ciclo com bull markets anteriores: forte entrada de capital, rotação setorial e compressão do prêmio de risco.

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