Ibovespa recua pressionado por queda do petróleo e incerteza no Oriente Médio



O principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, encerrou a segunda-feira (24) em leve queda de 0,41%, aos 136.550 pontos, impactado principalmente pela desvalorização das ações da Petrobras, refletindo a forte baixa dos preços internacionais do petróleo Brent. A sessão foi marcada por instabilidade nos mercados globais diante do conflito entre Estados Unidos e Irã, mas sem interrupções no fluxo de petróleo pelo Oriente Médio.

Mercado digere ataques no Oriente Médio e fala de Trump

Durante o fim de semana, os EUA lançaram ataques contra instalações nucleares iranianas. Em resposta, o Irã disparou mísseis contra uma base americana no Catar. Apesar da escalada militar, o estreito de Ormuz, rota vital por onde passa cerca de 20% do petróleo mundial, não foi fechado — o que amenizou o impacto sobre os preços da commodity.

O barril de petróleo Brent, que chegou a subir durante o dia, fechou com queda de 7,18%, a US$71,48, após declarações do presidente Donald Trump sugerindo que os EUA foram avisados antecipadamente dos ataques iranianos. Segundo ele, “nenhuma vida foi perdida”, o que acalmou os ânimos dos investidores.

Petrobras e bancos puxam o índice para baixo

As ações da Petrobras PN caíram 2,5%, refletindo diretamente o recuo do petróleo no exterior. O setor bancário também contribuiu para a queda do índice, com Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Itaú Unibanco registrando perdas entre 0,2% e 1,2%, em meio à elevação da taxa Selic para 15% na última reunião do Banco Central. A perspectiva de juros elevados por um período prolongado segue pressionando empresas sensíveis ao custo de capital.

Minério de ferro impulsiona Vale e limita perdas do índice

Na contramão, as ações da Vale ON subiram 1,26%, ajudando a conter a queda mais acentuada do Ibovespa. O desempenho reflete o avanço dos contratos de minério de ferro na bolsa de Dalian, na China, que fecharam com alta de 0,5%, a US$98,25 por tonelada.

Destaques positivos e negativos da sessão

Entre as maiores altas do dia, Marfrig ON e BRF ON ganharam mais de 4%, animadas pela expectativa de aprovação da fusão entre as companhias em assembleias previstas para julho. Já Cosan, Raízen e Vamos Locação estiveram entre as maiores quedas, penalizadas por preocupações com o ambiente de juros altos.

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