Alta de 30% desde abril embala Wall Street com big techs e otimismo em inteligência artificial.
Índice atinge máxima com impulso das gigantes
O Nasdaq 100 encerrou a terça-feira (24) em alta de 1,5%, aos 22.190,52 pontos, registrando seu primeiro recorde desde fevereiro. A recuperação marca uma virada surpreendente para o índice, que chegou a cair 23% desde seu pico anterior. Gigantes como Microchip, Micron e Palantir já acumulam valorizações superiores a 80% desde a mínima em 8 de abril.
Além da trégua entre Israel e Irã, os investidores também reagiram positivamente à redução das incertezas sobre tarifas comerciais e à força dos resultados financeiros das big techs.
Tecnologia assume papel de porto seguro
Empresas ligadas à inteligência artificial voltaram a liderar as altas. Microsoft, Nvidia, Broadcom e Oracle figuraram entre os destaques, enquanto a Apple ainda enfrenta dificuldades, com queda acumulada de 20% no ano. A Tesla, por sua vez, tem oscilado diante de polêmicas envolvendo Elon Musk.
Analistas como Dan Eye, da Fort Pitt Capital Group, apontam que as megacorporações de tecnologia são vistas como porto seguro por seus fundamentos sólidos e participação nos grandes motores estruturais de longo prazo, como a IA.
Investidores voltam ao “TACO trade”
Apesar de a política tarifária seguir como ponto de atenção, os repetidos adiamentos de sanções por parte do presidente Donald Trump têm levado os investidores a apostar na continuidade do chamado “TACO trade” — "Trump Always Chickens Out", ou "Trump sempre recua".
O tribunal de apelações dos EUA deu sinal verde para Trump manter suas tarifas, mas o mercado parece acreditar que elas não devem ser ampliadas no curto prazo, o que contribui para o rali nas bolsas.
Desempenho desigual dentro do índice
Apesar da euforia, nem todas as ações acompanharam a maré positiva. A versão do Nasdaq 100 com pesos iguais subiu 26% desde abril, abaixo dos 30% do índice principal, o que indica concentração da valorização nas maiores empresas.
Já o Bloomberg Magnificent 7 Total Return Index — que reúne os “sete magníficos” da tecnologia — subiu 0,8% na terça e acumula alta de 34% desde abril, embora ainda esteja 6% abaixo do pico de dezembro.
Cautela com o cenário global
Mesmo com o ambiente de otimismo, alguns analistas alertam para uma possível complacência do mercado. O Banco Mundial revisou para baixo sua projeção de crescimento global, e os impactos reais das tarifas norte-americanas ainda não foram totalmente mensurados.
Michael Mullaney, da Boston Partners, destaca que os investidores estão voltando às ações que “vinham funcionando”, mas o cenário ainda é vulnerável a surpresas econômicas e políticas.
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