NEGOCIAÇÕES "DELICADAS" ENTRE EUA E CHINA IMPACTAM PREÇO DO PETRÓLEO; ENTENDA

Os preços do petróleo encerraram esta sexta-feira em forte alta, encerrando uma sequência de duas semanas consecutivas de perdas. A valorização foi impulsionada por dois fatores principais: a divulgação de dados positivos sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos e a retomada das negociações comerciais entre Washington e Pequim, reacendendo o otimismo quanto ao crescimento das duas maiores economias do planeta.

O contrato futuro do Brent, referência global para o petróleo, fechou o dia a US$66,47 por barril, registrando uma alta de US$1,13 ou 1,73%. Já o petróleo tipo West Texas Intermediate (WTI), referência nos Estados Unidos, encerrou cotado a US$64,58 por barril, com alta de US$1,21, equivalente a 1,91%. Ambos os benchmarks também apresentaram ganhos acumulados na semana: o Brent subiu 2,75% e o WTI avançou expressivos 4,9%.

Os investidores reagiram positivamente ao relatório mensal de emprego dos EUA, divulgado pelo Departamento do Trabalho. O documento mostrou que a economia americana criou 139 mil postos de trabalho no último mês, com a taxa de desemprego mantendo-se estável em 4,2%. Embora os números indiquem um ritmo de contratação um pouco mais lento em relação à média de 160 mil vagas mensais registrada no ano anterior, o resultado foi interpretado como um sinal de estabilidade e resiliência da economia, sem pressão excessiva sobre a inflação.

Esse equilíbrio nos dados aumenta as chances de que o Federal Reserve possa considerar um corte nas taxas de juros, algo aguardado por diversos setores e desejado pelo governo norte-americano. Uma redução nos juros pode estimular o crescimento econômico e, por consequência, elevar a demanda global por energia, especialmente petróleo.

Outro fator que colaborou para o movimento positivo no mercado foi o anúncio da retomada das conversas comerciais entre Estados Unidos e China. O reestabelecimento do diálogo entre as duas potências é visto como um passo relevante para evitar uma nova escalada nas tensões tarifárias, o que poderia prejudicar o comércio global e, indiretamente, a demanda por commodities energéticas. Com os sinais de reconciliação, os investidores passaram a apostar em um cenário de maior estabilidade para o comércio internacional, impulsionando o sentimento de risco nos mercados.

A reação dos preços do petróleo reflete um ambiente de expectativas renovadas. Após duas semanas de pressão negativa, marcadas por temores de desaquecimento econômico global e dúvidas sobre o consumo de energia, a combinação de dados econômicos sólidos e sinais diplomáticos positivos inverteu o humor do mercado.

A tendência agora é de atenção redobrada dos investidores para os próximos dados macroeconômicos dos Estados Unidos e eventuais avanços nas negociações entre Washington e Pequim. Além disso, permanece no radar a atuação da OPEP+ e seus cortes de produção, que seguem sendo um fator de sustentação para os preços no médio prazo.

Para quem busca lucrar na Bolsa com o movimento das commodities, o momento pode oferecer oportunidades — desde que aliado a uma estratégia cuidadosa de análise e gestão de risco.

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