O gesto bilionário de Warren Buffett que movimenta US$ 6 bilhões — e o que isso revela sobre seu plano final

 

Warren Buffett, um dos investidores mais ricos e influentes do mundo, acaba de dar mais um passo concreto em sua promessa de doar quase toda a sua fortuna em vida. Aos 94 anos, o megainvestidor anunciou neste sábado (29) a doação de aproximadamente US$ 6 bilhões em ações da Berkshire Hathaway para cinco fundações — incluindo a de seus filhos e a famosa Fundação Bill & Melinda Gates.

A operação envolve a transferência de 9,43 milhões de ações Classe B para o fundo ligado aos Gates. Outras 2,92 milhões de ações serão destinadas à Sherwood Foundation, à Howard G. Buffett Foundation, à NoVo Foundation e à Susan Thompson Buffett Foundation, esta última batizada em homenagem à falecida esposa de Buffett.

Uma promessa de quase duas décadas

O anúncio marca mais uma etapa do “Giving Pledge”, movimento lançado por Buffett em 2010 ao lado de Bill e Melinda Gates. A ideia é simples, mas poderosa: bilionários se comprometem a doar a maior parte de suas fortunas ainda em vida ou após a morte.

O curioso é que Buffett já vinha se desfazendo de parte de sua fortuna desde 2006, quando iniciou as primeiras doações milionárias. De lá para cá, segundo o próprio investidor, as ações doadas chegaram a representar cerca de US$ 60 bilhões em valores de mercado no momento das transferências — mais, inclusive, do que todo seu patrimônio líquido em 2006.

O que Buffett ainda possui?

Apesar das generosas doações, Buffett ainda continua extraordinariamente rico. Atualmente, ele detém 198.117 ações Classe A e 1.144 ações Classe B da Berkshire Hathaway, o que equivale a cerca de US$ 145 bilhões, representando mais de 99% do seu patrimônio.

“Não tenho dívidas e deixarei cerca de 99,5% do meu espólio para fins filantrópicos quando morrer”, afirmou Buffett em comunicado. Seu testamento, já redigido, confirma essa disposição final — o que significa que o movimento de doações continuará mesmo após sua partida.

O futuro da Berkshire Hathaway

Buffett também confirmou que deixará o cargo de CEO da Berkshire Hathaway até o final de 2025, passando o bastão para Greg Abel, seu braço direito há anos. No entanto, ele ressalta que não venderá nenhuma ação da companhia, preferindo manter o controle e a estabilidade da empresa enquanto vive.

A Berkshire Hathaway, conglomerado que detém participações em empresas como Apple, Coca-Cola, American Express e Kraft Heinz, continuará sendo o principal canal pelo qual Buffett multiplica — e redistribui — sua fortuna.

Legado além do dinheiro

Para muitos especialistas, a grandeza de Buffett não está apenas nos bilhões acumulados, mas no exemplo que deixa para as futuras gerações de bilionários. Seu gesto reforça uma ideia rara: acumular riqueza não é suficiente — o verdadeiro impacto está em como ela é distribuída.