POR QUE AS AÇÕES EUROPEIAS DESPENCARAM PARA O MENOR PATAMAR EM UM MÊS?

 


As bolsas europeias encerraram a terça-feira em queda acentuada, refletindo a crescente preocupação dos investidores com a escalada do conflito entre Irã e Israel. O índice pan-europeu STOXX 600 recuou 0,85%, atingindo 542,26 pontos — o menor patamar registrado em quase um mês. O recuo do apetite por risco e o temor de que o conflito afete a estabilidade da região pesaram sobre os principais setores econômicos.

O alívio registrado na segunda-feira, após uma sequência de cinco sessões consecutivas de perdas, durou pouco. Com o conflito já em seu quinto dia, os mercados voltaram a adotar uma postura defensiva. A ofensiva israelense sobre instalações nucleares iranianas, iniciada na sexta-feira, desencadeou uma série de reações e agravou o clima geopolítico no Oriente Médio, uma das regiões mais sensíveis do ponto de vista energético.

Apesar de ainda não haver relatos de interrupções no fornecimento de petróleo, a ameaça de um eventual fechamento do Estreito de Ormuz, ponto estratégico para o escoamento da commodity, elevou a cautela nos mercados. Os preços do petróleo reagiram em alta, beneficiando o setor de energia, que teve seu melhor desempenho em quase três meses. O setor foi um dos poucos a fechar em alta, ao lado do imobiliário.

Em contraste, a maioria dos setores do índice STOXX 600 registrou perdas, com destaque negativo para os bancos, que lideraram as quedas com um recuo de 2,3%. A pressão sobre o setor financeiro reflete a maior sensibilidade dos investidores a eventos que elevam os riscos sistêmicos e comprometem a estabilidade global.

Nas principais praças europeias, o movimento de queda foi generalizado. Em Londres, o índice FTSE 100 fechou em baixa de 0,46%, atingindo 8.834,03 pontos. Em Frankfurt, o DAX recuou 1,12%, para 23.434,65 pontos. Paris também foi afetada, com o CAC 40 caindo 0,76%, a 7.683,73 pontos. Milão viu o FTSE/MIB recuar 1,36%, atingindo 39.387,22 pontos. Em Madri, o Ibex-35 caiu 1,41%, encerrando o dia em 13.911,70 pontos. Já em Lisboa, o PSI20 desvalorizou-se 1,31%, para 7.447,30 pontos.

Os desdobramentos do conflito entre Israel e Irã seguem sendo monitorados com atenção pelos investidores, que temem um agravamento do cenário e impactos diretos na economia global. O ambiente volátil tem levado os mercados a adotarem uma postura mais conservadora, com migração de capitais para ativos considerados mais seguros, como ouro e títulos soberanos.

O clima de incerteza permanece, e as próximas movimentações diplomáticas e militares devem continuar influenciando os rumos das bolsas nos próximos dias. A possibilidade de interrupções em cadeias logísticas e o impacto sobre o preço da energia mantêm os agentes do mercado em estado de alerta, enquanto a Europa tenta reagir em meio a um cenário geopolítico cada vez mais delicado.

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