O principal índice da bolsa brasileira encerrou o pregão desta sexta-feira em queda, pressionado principalmente pelo desempenho negativo das ações da Vale e pelo impacto generalizado da elevação da taxa básica de juros. O Ibovespa caiu 1,15%, fechando aos 137.115,83 pontos, após chegar à mínima de 136.814,52 pontos ao longo do dia. No melhor momento, chegou a marcar 138.719,09 pontos.
O movimento negativo foi influenciado por uma combinação de fatores domésticos e internacionais, incluindo a decisão do Banco Central de elevar a Selic para 15%, o maior patamar em quase duas décadas, além de preocupações geopolíticas envolvendo o Oriente Médio. O volume financeiro movimentado na sessão somou R$ 30,75 bilhões, marcado também pelo vencimento de opções sobre ações e pelo retorno do feriado de Corpus Christi.
Na semana, o Ibovespa acumulou uma leve perda de 0,07%, refletindo a cautela dos investidores frente ao novo cenário de política monetária mais restritiva. A elevação da Selic em 0,25 ponto percentual surpreendeu parte do mercado, que apostava na manutenção da taxa. Apesar disso, o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) indicou uma possível interrupção no ciclo de alta, mas deixou em aberto a chance de novos ajustes caso o cenário inflacionário exija.
Com a taxa básica mantida em nível elevado por um período prolongado, papéis sensíveis aos juros, como os de varejo e consumo, foram especialmente penalizados. Magazine Luiza caiu 5,35%, refletindo o impacto direto da Selic sobre o crédito e a demanda interna. Cosan também sofreu forte desvalorização, com baixa de 9%, diante de receios sobre o consumo de caixa da companhia.
No setor bancário, o clima também foi negativo. Itaú Unibanco recuou 0,52%, enquanto Bradesco, Santander e Banco do Brasil fecharam com perdas entre 0,84% e 2,11%. A pressão sobre os bancos ocorre em meio à expectativa de menor crescimento econômico e aperto monetário prolongado.
Entre as blue chips, a Vale ON teve queda de 2,58%, mesmo com a alta dos futuros do minério de ferro na China. O desempenho da mineradora pesou fortemente sobre o índice, dada sua relevância na composição do Ibovespa. Já a Petrobras, mesmo com anúncios anteriores sobre dividendos, caiu 0,27%, acompanhando a queda de mais de 2% nos preços internacionais do petróleo.
Em contrapartida, algumas ações conseguiram se destacar positivamente. O setor de telecomunicações apresentou desempenho firme, com TIM subindo 1,51% e Telefônica Brasil avançando 1,47%. Já Petrorecôncavo ganhou 1,35%, impulsionada pela liberação da operação de suas instalações na Bahia pela ANP.
No cenário externo, o clima também foi de cautela, com investidores atentos à tensão entre Israel e Irã. A possibilidade de envolvimento direto dos Estados Unidos no conflito adiciona um fator de instabilidade aos mercados globais. Em Nova York, o S&P 500 fechou com leve recuo de 0,22%, refletindo o ambiente de incertezas.
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