POR QUE A DISNEY TEM DEMITIDO CENTENAS DE PESSOAS PELO PLANETA?

 


A Walt Disney iniciou uma rodada significativa de demissões que atingirá centenas de funcionários em várias divisões da empresa, incluindo cinema, televisão e finanças corporativas. Os cortes impactam equipes espalhadas globalmente, abrangendo setores como marketing de cinema e televisão, publicidade televisiva, além de áreas relacionadas a elenco e desenvolvimento.

Essa nova fase de reestruturação faz parte de uma tendência maior dentro do setor de entretenimento, em que grandes empresas estão ajustando seus modelos de negócios para responder às mudanças nos hábitos do público. A migração do consumo de conteúdo da televisão a cabo tradicional para plataformas de streaming tem sido o principal fator que impulsiona essas transformações.

No ano passado, a Disney já havia realizado uma grande reestruturação, cortando cerca de 7 mil empregos com o objetivo de reduzir custos em US$ 5,5 bilhões. A empresa continua buscando formas de se adaptar a esse cenário em constante evolução, onde a concorrência no segmento de streaming se intensifica e a necessidade de otimização das operações se torna ainda mais evidente.

Apesar dos recentes cortes, a Disney vem apresentando resultados financeiros positivos. Em maio, a empresa divulgou números acima do esperado, impulsionados principalmente pelo sucesso do seu serviço de streaming Disney+ e pelo desempenho sólido de seus parques temáticos. Esses resultados refletiram a capacidade da empresa em capitalizar novas fontes de receita, mesmo diante dos desafios enfrentados no setor audiovisual tradicional.

No entanto, essa realidade positiva nos resultados não impediu a queda das ações da Disney nesta segunda-feira, que recuaram 0,5%, fechando a US$112,43 por unidade. Isso mostra como o mercado permanece sensível a notícias relacionadas a cortes de pessoal e mudanças estratégicas, mesmo que a companhia apresente crescimento em alguns segmentos.

A reestruturação que a Disney está promovendo é um reflexo direto da transformação do consumo de mídia global. Plataformas de streaming como Netflix, Amazon Prime e, claro, o próprio Disney+, alteraram profundamente a forma como o público acessa e consome conteúdo audiovisual. Isso tem exigido das grandes produtoras e estúdios uma revisão profunda de suas operações, com foco em eficiência e adequação às demandas do mercado digital.

Além disso, o movimento da Disney também reflete uma tendência mais ampla dentro do setor corporativo, onde cortes de pessoal são usados para ajustar despesas e melhorar a rentabilidade em um ambiente econômico que, apesar da recuperação pós-pandemia, ainda apresenta incertezas e pressão sobre custos.

Embora os cortes impactem diretamente o quadro de funcionários, especialmente em áreas criativas e de suporte, a Disney busca manter seu foco no crescimento sustentável, investindo em conteúdos para o streaming e aprimorando a experiência em seus parques temáticos, que continuam sendo uma importante fonte de receita.

Esse processo de adaptação não é exclusivo da Disney e deve continuar a moldar a indústria do entretenimento nos próximos anos. Empresas que conseguirem equilibrar inovação tecnológica, oferta de conteúdo atraente e gestão eficiente terão maiores chances de prosperar nesse mercado cada vez mais competitivo e dinâmico.

Assim, a Walt Disney segue em um momento de transformação estratégica, tentando se reposicionar para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades trazidas pela revolução digital no consumo de mídia, enquanto busca ajustar sua estrutura para garantir maior eficiência e competitividade.

Comentários