TENSÕES MARCAM O DIA DAS BOLSAS DOS EUA; SAIBA O QUE OS INVESTIDORES SINALIZARAM SOBRE O QUE ESTÁ POR VIR
Os mercados acionários de Nova York encerraram o pregão desta sexta-feira em baixa, refletindo um ambiente de incerteza provocado por tensões geopolíticas persistentes e preocupações com novas medidas regulatórias no setor de tecnologia. Após o feriado que manteve as bolsas fechadas na quinta-feira, os investidores retornaram ao mercado adotando uma postura cautelosa diante do risco de escalada no conflito entre Israel e Irã.
Apesar de um breve alívio gerado pela sinalização da Casa Branca de que a decisão sobre um possível envolvimento dos Estados Unidos no conflito será tomada apenas em duas semanas, o sentimento predominante foi de prudência. A indefinição sobre os rumos diplomáticos e militares contribuiu para limitar o apetite por ativos de risco ao longo do dia.
O Dow Jones foi o único entre os principais índices a fechar em alta, com leve avanço de 0,08%, aos 42.206,82 pontos. Já o S&P 500 recuou 0,22%, encerrando aos 5.967,82 pontos. O Nasdaq, mais exposto a empresas de tecnologia, teve queda mais expressiva, de 0,51%, fechando aos 19.447,41 pontos.
Um dos principais destaques negativos do pregão foi o setor de semicondutores. A queda foi impulsionada pela notícia de que o governo dos Estados Unidos pretende revogar isenções que atualmente permitem o fornecimento de tecnologias americanas a fábricas localizadas na China, sem a necessidade de licenças individuais. A medida afeta diretamente empresas como a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), cujos recibos de ações (ADRs) caíram 1,87%. Na mesma direção, a Nvidia cedeu 1,12% e a Intel recuou 1,91%.
O impacto dessas possíveis restrições reacendeu o temor de uma desaceleração na cadeia global de suprimentos de chips, afetando não apenas os fabricantes, mas também setores dependentes da tecnologia, como o automotivo e o de equipamentos eletrônicos. O clima de incerteza regulatória se soma a uma já existente preocupação com a demanda global diante da conjuntura econômica.
A sessão também foi marcada pelo chamado “triple witching”, termo que designa o vencimento simultâneo de opções sobre ações, opções sobre índices e contratos futuros de índices. Esse fenômeno geralmente aumenta a volatilidade do mercado, com oscilações mais acentuadas nos preços de ativos, à medida que operadores ajustam ou encerram posições.
No campo da política monetária, o diretor do Federal Reserve, Christopher Waller, afirmou que o banco central americano está em posição de começar a discutir cortes de juros, possivelmente já na próxima reunião do FOMC, em julho. Waller destacou, no entanto, que qualquer movimento dependerá da evolução dos indicadores econômicos e de possíveis choques que afetem os objetivos de estabilidade de preços e pleno emprego.
Entre os destaques positivos do dia, as ações da GMS dispararam 24% após o jornal The Wall Street Journal divulgar que a Home Depot estaria negociando a compra da empresa, especializada na distribuição de produtos de construção. As ações da própria Home Depot também subiram, com alta de 0,8%.
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