Trump avança com megaprojeto de corte de impostos e aumento de gastos: Senado se prepara para votação decisiva

 


O Senado dos Estados Unidos se prepara para votar ainda neste sábado (28) o ambicioso projeto de corte de impostos e ampliação de gastos proposto pelo presidente Donald Trump. Após semanas de negociações e ajustes para atender a preocupações internas do Partido Republicano, a proposta parece pronta para superar seu primeiro grande obstáculo processual no Congresso.

Com apoio crescente entre os senadores republicanos, que atualmente controlam ambas as Casas legislativas, a expectativa é de que o projeto avance rapidamente. Trump, que já acumula diversas vitórias legislativas em seu segundo mandato, vê neste texto de 940 páginas a consolidação de sua principal agenda econômica.

Cortes de impostos e aumento de gastos militares

A proposta retoma e amplia os cortes de impostos aprovados em 2017, considerados por muitos como o maior legado fiscal de Trump em seu primeiro mandato. Agora, o presidente quer tornar permanentes esses cortes, além de introduzir novas reduções tributárias para empresas e indivíduos.

Ao mesmo tempo, o projeto propõe um robusto aumento nos gastos com as Forças Armadas e com a segurança de fronteiras, temas centrais na campanha de reeleição do republicano. Segundo a Casa Branca, os investimentos visam fortalecer a presença global dos EUA e aumentar a proteção contra ameaças externas, especialmente no Oriente Médio e na América Central.

Impacto na dívida preocupa analistas

Apesar do entusiasmo entre os republicanos, o megaprojeto gera forte preocupação entre economistas e órgãos independentes. A estimativa é que a versão aprovada pela Câmara dos Deputados no mês passado adicione cerca de US$ 3 trilhões à dívida pública dos EUA, que já ultrapassa os US$ 36 trilhões.

Para a versão do Senado, que ainda pode sofrer alterações, o Comitê para um Orçamento Federal Responsável — uma organização apartidária — estima um impacto ainda maior: US$ 4 trilhões em dez anos, já considerando os custos com juros da dívida.

A Casa Branca contesta as projeções e afirma que, com o aumento da arrecadação futura e cortes em outras áreas, o projeto ajudará a reduzir o déficit anual em US$ 1,4 trilhão.

Críticas da oposição e debate sobre desigualdade

A oposição democrata rejeita o projeto e promete barrá-lo ou modificá-lo, se possível. O argumento central dos democratas é que os cortes de impostos beneficiariam principalmente os mais ricos, em detrimento de programas sociais essenciais à população de baixa renda.

Além disso, os democratas alertam que o aumento da dívida pública pode restringir investimentos em áreas como saúde, educação e moradia nos próximos anos. “É uma escolha política clara: beneficiar quem já tem muito ou investir no bem-estar da maioria dos americanos”, afirmam parlamentares do partido.

Próximos passos

Caso o Senado aprove a proposta neste fim de semana, o projeto seguirá para a Câmara para ajustes finais antes da sanção presidencial. Analistas políticos apontam que o sucesso do texto representaria uma vitória crucial para Trump às vésperas de um novo ciclo eleitoral.

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