Trump revela “carvão verde” e faz promessa polêmica sobre fábricas nos EUA

 


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou neste domingo (29) que mantém uma boa relação com a China e com o presidente Xi Jinping, embora continue a defender as tarifas comerciais como um instrumento estratégico na relação bilateral. Em entrevista à emissora Fox News, Trump comentou diversos temas relacionados à política internacional, segurança cibernética e produção de energia, destacando o papel central que a China continua a exercer na agenda americana.

Ao ser questionado sobre os ataques cibernéticos atribuídos ao governo chinês, Trump minimizou a tensão, afirmando que os próprios Estados Unidos também realizam ações digitais ofensivas contra a China. A declaração foi interpretada por analistas como um reconhecimento informal da prática de espionagem digital por parte de Washington, algo que tradicionalmente é evitado em declarações públicas oficiais.

TikTok no radar

Outro ponto relevante da entrevista foi a menção ao TikTok. Trump confirmou que já existe um grupo interessado em adquirir a operação da plataforma nos Estados Unidos, mas destacou que o desfecho da negociação depende agora de uma sinalização do governo chinês. A empresa, que pertence ao grupo chinês ByteDance, está sob intensa pressão nos EUA, onde enfrenta críticas sobre possíveis riscos à segurança nacional e ao uso de dados de cidadãos americanos.

Trump não revelou o nome do grupo interessado na compra da operação, mas sinalizou otimismo com a possibilidade de resolução em breve, desde que haja cooperação do governo de Xi Jinping.

Críticas à energia renovável

Na mesma entrevista, o presidente norte-americano voltou a criticar fontes de energia renovável e defendeu a expansão da produção de energia tradicional nos Estados Unidos. Ele afirmou que empresas que construírem fábricas em solo americano terão autorização para instalar usinas de geração energética, com preferência declarada por fontes como carvão, gás e óleo.

Trump se referiu ao carvão como “carvão verde”, exaltando seu “poder” e dizendo que a China o utiliza sem restrições. Em contrapartida, demonstrou aversão a turbinas eólicas e painéis solares, alegando que as turbinas “matam pássaros” e os painéis “cobrem nossas montanhas”. Ele também criticou o fato de que muitos desses equipamentos são fabricados na própria China, reforçando sua posição protecionista quanto à indústria nacional.

Produção energética como pilar econômico

Segundo Trump, aumentar a capacidade energética do país é vital para atrair empresas e promover o crescimento industrial. Ele propõe um modelo em que a construção de fábricas esteja atrelada à possibilidade de gerar a própria energia, algo que poderia reduzir custos operacionais e tornar os EUA mais atrativos frente à concorrência global, especialmente em comparação com a China.

Um olho no eleitorado

As declarações do presidente ocorrem em meio à corrida pela reeleição e seguem a estratégia de reforçar o discurso nacionalista e pró-indústria. Combinando críticas à China, defesa de tarifas e ênfase em energia fóssil, Trump aposta em mensagens que ressoam fortemente com parte significativa de seu eleitorado.

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