Wall Street fecha semestre com recordes e investidores otimistas com acordos comerciais

 


Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq avançam com forte apetite por risco

As bolsas de valores de Nova York encerraram esta segunda-feira, 30 de junho, em alta generalizada, coroando um primeiro semestre marcado por otimismo crescente nos mercados. O índice Dow Jones subiu 0,63%, o S&P 500 teve alta de 0,52% e o Nasdaq avançou 0,47%. No acumulado do semestre, os ganhos foram de 3,60% para o Dow, 5,49% para o S&P 500 e 5,48% para o Nasdaq.

Com o resultado, S&P 500 e Nasdaq fecharam em novas máximas históricas, impulsionados pela expectativa de cortes na taxa de juros dos Estados Unidos e por sinais de avanços em acordos comerciais. Segundo o Swissquote Bank, os investidores estão "otimistas e dispostos a assumir mais riscos", o que ajuda a explicar a recuperação dos mercados após um início de ano turbulento.


Acordos comerciais e cortes de juros sustentam o rali

O otimismo recente está ligado, principalmente, à declaração do secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, de que uma "onda de acordos comerciais" será firmada antes de 9 de julho. A notícia amenizou as incertezas causadas pelas políticas comerciais dos EUA, especialmente em relação à China e Europa.

Além disso, a possibilidade de cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve ainda neste ano alimenta o apetite por ativos de risco. A redução nos rendimentos dos Treasuries ajuda a valorizar ações, especialmente as de empresas de tecnologia e crescimento, que têm maior sensibilidade ao custo de capital.


S&P 500 supera queda de início de ano, mas projeções ainda são cautelosas

A Capital Economics lembra que, embora o S&P 500 tenha superado sua queda superior a 20% registrada no começo de 2025, é cedo para afirmar que os riscos estão dissipados. “O simples retorno ao recorde anterior não garante continuidade no rali”, aponta a consultoria.

Segundo a projeção da casa, o S&P 500 pode terminar o ano em 6.250 pontos, levemente acima do nível atual, refletindo um cenário ainda instável. A incerteza está relacionada principalmente à expiração de pausas tarifárias e à possibilidade de novas tensões comerciais ou decisões imprevisíveis do governo Trump, caso ele avance com propostas mais radicais.


Oracle lidera ganhos após anúncio sobre nuvem

Entre os destaques corporativos, as ações da Oracle subiram 3,99% após a divulgação de um documento regulatório informando que a CEO, Safra Catz, comunicará aos funcionários que o ano fiscal “começou com força”. A companhia também assinou grandes contratos de serviços em nuvem, com potencial de gerar mais de US$ 30 bilhões por ano a partir do exercício fiscal de 2028.

Segundo dados da FactSet, 110 empresas do S&P 500 já divulgaram suas projeções para o segundo trimestre. Destas, 59 apresentaram estimativas negativas para o lucro por ação, enquanto 51 foram positivas — esse equilíbrio está acima da média de cinco e dez anos, indicando uma melhora gradual na confiança corporativa.


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