Balanços fracos e tensão EUA-UE derrubam bolsas europeias: veja o que está por trás da queda

 


As principais bolsas da Europa fecharam em baixa nesta terça-feira, refletindo uma combinação de balanços corporativos decepcionantes e incertezas na relação comercial entre Estados Unidos e União Europeia, que voltou a pressionar o humor dos investidores. O índice DAX, da Alemanha, liderou as perdas, com sua maior queda diária em dois meses.

Queda generalizada na Europa

O índice pan-europeu STOXX 600, que reúne as maiores empresas do continente, encerrou o dia com recuo de 0,46%, interrompendo a tentativa de recuperação dos últimos dias. O destaque negativo foi o índice DAX, de Frankfurt, que caiu 1,09%, fechando em 24.041,90 pontos, cada vez mais distante da máxima histórica recente.

Em Paris, o CAC-40 recuou 0,69%, para 7.744,41 pontos, enquanto o FTSE/Mib, de Milão, terminou estável em 40.165,15 pontos. Já em Madri, o Ibex-35 subiu timidamente 0,07%, a 14.041,50 pontos, e o PSI20, de Lisboa, teve desempenho mais positivo, com alta de 0,97%, aos 7.746,21 pontos.

Em Londres, o FTSE 100 destoou da maioria e avançou 0,12%, encerrando em 9.023,81 pontos.

Balanços decepcionam investidores

A temporada de balanços é monitorada de perto por investidores em busca de sinais sobre o impacto das tensões comerciais e da força do euro no desempenho das empresas. Nesta terça, o tom foi de frustração.

A Sartorius Stedim Biotech, fabricante francesa de insumos para laboratórios, despencou 8,1% depois de divulgar resultados semestrais abaixo das expectativas. Já a suíça Givaudan, gigante do setor de fragrâncias e aromas, caiu 5,4% ao não alcançar sua meta de vendas para o semestre — efeito, segundo a empresa, da valorização de 14% do franco suíço em 2025.

Impasse comercial entre EUA e Europa pesa

Além dos balanços, o mercado reagiu à falta de avanços concretos nas negociações comerciais entre Estados Unidos e União Europeia. A possibilidade de a UE ampliar contramedidas contra tarifas norte-americanas gera preocupação sobre uma nova escalada protecionista, que poderia frear exportações e desacelerar setores industriais importantes do bloco.

A incerteza cresceu após declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, que voltou a criticar o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, dizendo que ele “estará fora em breve”. Apesar de não se relacionar diretamente ao comércio, a fala ampliou a cautela nos mercados sobre os rumos da economia global.

O que esperar agora?

Com as tensões comerciais de volta ao radar e a temporada de resultados ainda ganhando força, analistas avaliam que a volatilidade deve permanecer alta nos próximos dias. O desempenho das principais ações e a evolução das conversas entre EUA e Europa serão os principais gatilhos para os mercados.

Para investidores europeus, a recomendação é acompanhar de perto balanços de empresas sensíveis à moeda forte e ao comércio exterior, além de monitorar declarações vindas de Washington e Bruxelas.

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