Moeda americana recua 0,77% e fecha em R$ 5,41, acumulando queda de 12,30% no ano
O dólar encerrou esta quarta-feira (2) em forte queda, atingindo sua menor cotação desde agosto de 2023, após o Congresso Nacional derrubar o decreto do governo que aumentava o IOF. O movimento também reflete o ambiente de juros elevados no Brasil, que continua favorecendo o real frente à divisa americana.
A moeda norte-americana à vista fechou com baixa de 0,77%, cotada a R$ 5,4191, o menor patamar desde 19 de agosto de 2023, quando chegou a R$ 5,4134. No acumulado de 2025, o dólar já registra uma queda expressiva de 12,30%.
Eliminação de empregos nos EUA influencia comportamento da moeda
O dia começou com o dólar em alta, mas a divulgação de dados fracos do mercado de trabalho dos Estados Unidos alterou a dinâmica. A eliminação inesperada de empregos no setor privado americano fez os investidores reduzirem suas apostas em uma economia forte nos EUA, gerando uma busca por ativos emergentes como o real.
A leitura dos investidores é que um mercado de trabalho mais fraco nos EUA pode acelerar um corte na taxa básica de juros pelo Federal Reserve, enfraquecendo ainda mais o dólar globalmente.
Ambiente político e fiscal brasileiro também pesa na cotação
Além do cenário internacional, o mercado reagiu à decisão do Congresso brasileiro de derrubar o aumento do IOF, imposto sobre operações financeiras. A medida foi vista como um alívio para empresas e consumidores, e favoreceu o real, que já vinha se valorizando diante da taxa Selic elevada.
A reação do governo, no entanto, também atraiu atenção: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou que irá ao Supremo Tribunal Federal (STF) para contestar a derrubada do decreto, alegando descumprimento de acordo com o Legislativo.
Indústria nacional e inflação sob controle também animam os investidores
Os dados divulgados pelo IBGE nesta quarta mostraram que a produção industrial brasileira caiu 0,5% em maio, alinhada com as expectativas. Em relação a maio de 2024, no entanto, houve crescimento de 3,3%, com avanço de 2,8% nos últimos 12 meses, o que foi visto como um sinal de estabilidade econômica.
Já o índice de preços ao consumidor (IPC-S), divulgado pela FGV, desacelerou de 0,19% para 0,16%, reforçando a percepção de que a inflação segue controlada — fator que também contribui para o fortalecimento do real.
Dólar turismo recua, mas segue mais alto
Apesar da queda no dólar comercial, o dólar turismo continua acima dos R$ 5,50. Nesta quarta, ele foi negociado entre R$ 5,517 na compra e R$ 5,697 na venda, dependendo da instituição financeira.
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