Especialistas Apontam: Este Pode Ser o Melhor Momento para Investir na Bolsa Brasileira

 


Painel na Expert XP 2025 destaca queda de juros, fluxo estrangeiro e setores descontados como motor para retomada do Ibovespa

A hora de investir na Bolsa brasileira é agora, segundo a avaliação de gestores e estrategistas que participaram do painel “É hora da Bolsa Brasileira? Quais as melhores oportunidades”, realizado neste sábado (26) durante a Expert XP 2025, em São Paulo. Para os especialistas, a combinação de juros em queda, inflação controlada e fluxo de capital estrangeiro cria uma rara janela de oportunidade para quem quer aumentar ou iniciar posição em ações brasileiras.


Ambiente favorável: juros, dólar e fluxo estrangeiro

Fernando Ferreira, estrategista-chefe da XP, alertou que o investidor não deve esperar a Selic começar a cair para entrar na Bolsa: “Historicamente, o melhor regime para o mercado de ações é justamente o de início de ciclo de cortes de juros”, disse. O especialista destacou que o ambiente técnico indica sentimento neutro, o que reforça o espaço para valorização.

Sara Delfim, sócia-fundadora da gestora Dahlia, também ressaltou que o Brasil já surfou a primeira onda de fluxo global com a saída de recursos dos Estados Unidos no primeiro semestre. Agora, uma segunda onda pode vir com cortes de juros pelo Federal Reserve em setembro, fortalecendo mercados emergentes. Já a terceira onda seria impulsionada pela queda da Selic, prevista para começar no primeiro trimestre de 2026.


Política pode trazer a “quarta onda”

A gestora destacou ainda que uma mudança no cenário político pode ser a “quarta onda” de valorização para a Bolsa brasileira. “Na Argentina, por exemplo, a vitória de Javier Milei começou a ser precificada 18 meses antes das urnas. Aqui, acredito que o mercado começará a reagir a partir de outubro, cerca de 12 meses antes da eleição”, projetou.


Ações baratas: setores com oportunidades

Sara Delfim afirmou que os valuations estão em níveis historicamente baixos, inferiores até aos do governo Dilma Rousseff. Ela apontou utilities, commodities e small caps como os setores mais atrativos, citando Suzano e Petrobras como exemplos de empresas baratas. A Dahlia, segundo ela, ajustou as carteiras, reduzindo exposição a negócios ligados ao ciclo doméstico e aumentando participação em commodities, financeiras e serviços essenciais.


“A foto é feia, mas o filme é bonito”

Para Cesar Paiva, CEO e gestor da Real Investor, o Brasil ainda oferece boas histórias mesmo em um contexto de ruídos, como o tarifaço de 50% dos EUA contra produtos brasileiros, que vem pressionando alguns setores exportadores.

Ele exemplificou com o caso da MRV, que viu seu valor de mercado despencar de R$ 12 bilhões para R$ 3 bilhões, após decisões polêmicas durante a pandemia e uma operação problemática nos EUA. Ainda assim, com os desinvestimentos e ajustes na gestão, a expectativa é de forte recuperação: de prejuízo este ano para lucro de R$ 800 milhões em 2026, podendo ultrapassar R$ 1,2 bilhão em 2027.

Outras apostas citadas por Paiva incluem Vulcabras e Vivara, companhias que ele considera sólidas e negociadas a múltiplos atrativos.


O recado: diversificação e disciplina

Os painelistas reforçaram que, apesar do otimismo, o investidor deve manter disciplina e diversificar a carteira para lidar com a volatilidade que ainda deve marcar o cenário local. Entre os gatilhos mais relevantes para acompanhar estão: inflação doméstica, ritmo de cortes do Fed, condução da política monetária no Brasil e, claro, o impacto de novas tensões comerciais com os EUA.

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