Alta impulsionada por bancos, fluxo estrangeiro e otimismo global animam investidores brasileiros
O Ibovespa fechou esta quinta-feira (3) com novo recorde histórico: alta de 1,35%, aos 140.927,86 pontos. No melhor momento do dia, o índice alcançou 141.303,55 pontos, máxima intradiária inédita. Apesar do volume financeiro reduzido — R$ 16,5 bilhões, abaixo da média de R$ 24,76 bilhões — o dia foi de otimismo embalado por dados robustos do mercado de trabalho dos Estados Unidos e valorização global das bolsas.
Segundo Anderson Silva, da GT Capital, o movimento reflete um “momento adequado” para tomada de risco, com investidores se posicionando de olho em oportunidades futuras, apesar da concorrência com a renda fixa, ainda muito atrativa no Brasil.
Mercado americano impulsiona Wall Street — e o Ibovespa vai na onda
Os dados divulgados pelo Departamento do Trabalho dos EUA mostraram criação de 147 mil vagas em junho, acima da expectativa de 110 mil. Além disso, a taxa de desemprego caiu para 4,1%, contrariando previsões de alta. A notícia animou o mercado de ações, mesmo com a queda nas apostas de corte de juros pelo Federal Reserve neste mês.
Para analistas do Bradesco, o payroll teve um “cabeçalho forte, com métrica subjacente mais fraca”, o que manterá o Fed em modo cauteloso. Já Jefferson Laatus, do Grupo Laatus, vê na força do mercado de trabalho americano um bom sinal para empresas e bolsas, mesmo com o risco de consumo pressionar a inflação.
Dólar cai para R$ 5,40 e reforça otimismo com o Brasil
A entrada de recursos estrangeiros contribuiu para a queda do dólar à menor cotação em mais de um ano. João Daronco, da Suno Research, aponta que investidores estão diversificando portfólios em razão de mudanças na política tarifária de Donald Trump, o que fortalece mercados emergentes — e o Brasil está entre os favoritos.
“O Brasil se destaca pela resiliência mesmo com a Selic alta. A narrativa de juros menores e eleições em 2026 só reforça a atratividade da Bolsa”, afirma.
Commodities e bancos lideram alta do Ibovespa
Commodities como minério de ferro e petróleo, com forte peso no índice, sustentaram o avanço. Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) lideraram os ganhos ao lado de Ambev (ABEV3), enquanto bancos também puxaram o índice para cima.
O semestre já acumulava R$ 26,9 bilhões em entrada de capital estrangeiro, melhor desempenho desde o 2º semestre de 2023. Para analistas como Raphael Figueredo (XP), a janela atual oferece uma “onda rara de valorização”, principalmente para setores como bancos e varejo.
Projeções otimistas: até onde o Ibovespa pode chegar?
A XP mantém projeção de 150 mil pontos para o índice em 2025. Já o JPMorgan traça três cenários: base (145 mil), otimista (155 mil) e pessimista (130 mil). O UBS, por sua vez, destaca os “valuations atrativos” e prevê crescimento de 8,8% nos lucros das empresas brasileiras listadas no MSCI Brasil em 2026.
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