Ibovespa Futuro sobe enquanto Haddad revela estratégias do Brasil contra tarifas dos EUA: saiba o que esperar
O Ibovespa Futuro virou o jogo e opera em alta na manhã desta segunda-feira (21), em meio a um cenário de atenção máxima dos investidores para as declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e os desdobramentos da tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos. Às 9h28 (horário de Brasília), o contrato com vencimento em agosto avançava 0,56%, alcançando 135.480 pontos, refletindo a expectativa por respostas oficiais sobre as tarifas de 50% que os EUA anunciaram para produtos brasileiros a partir do dia 1º de agosto.
O que disse Fernando Haddad sobre as tarifas e a resposta do Brasil?
Em entrevista ao vivo para o Jornal da CBN, Haddad reafirmou que o governo brasileiro está elaborando planos de contingência para enfrentar os impactos das tarifas americanas, mas deixou claro que a estratégia do país não visa retaliar, e sim preservar a economia nacional. “Tem medida que é inócua, vai ferir mais a economia brasileira [do que ajudar]”, ressaltou.
O ministro explicou que o plano da Fazenda analisa cuidadosamente os prós e contras de cada possível ação e que todas as medidas serão submetidas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva antes de qualquer decisão. “Nosso objetivo não é retaliar. É chamar atenção para o fato de que essas ações são contraproducentes. Não colaboram nem com eles, nem conosco”, afirmou Haddad.
Contexto da crise comercial e reações internacionais
A crise entre Brasil e EUA se intensificou após o secretário de Estado americano, Marco Rubio, anunciar a restrição de vistos para membros do Judiciário brasileiro e seus familiares, como resposta aos processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. No sábado, Lula classificou as medidas americanas como “arbitrárias e sem fundamento”.
Enquanto isso, Lula participa hoje de uma reunião de alto nível no Chile, chamada “Democracia Sempre”, onde fará declarações à imprensa e terá encontros com a sociedade civil, em meio à escalada das tensões comerciais.
Impactos no mercado financeiro e projeções econômicas
Na manhã desta segunda, o dólar à vista registrava queda de 0,21%, cotado a R$ 5,575, enquanto o contrato futuro do dólar na B3 avançava levemente 0,02%, aos 5.593 pontos. Já os índices futuros de Wall Street também mostravam alta moderada: Dow Jones Futuro subia 0,21%, S&P 500 Futuro avançava 0,22% e Nasdaq Futuro tinha alta de 0,23%.
Outro ponto positivo foi a redução nas projeções para a inflação brasileira em 2025, conforme o último Relatório Focus do Banco Central, com o IPCA esperado caindo de 5,17% para 5,10%, em sua oitava semana consecutiva de queda.
Panorama global e indicadores importantes
Na Ásia-Pacífico, os mercados fecharam mistos após o Banco Popular da China manter as taxas preferenciais de empréstimos. O cenário comercial internacional permanece no radar dos investidores, especialmente após novas declarações da Casa Branca sobre as tarifas.
No Japão, o iene valorizou-se depois que o primeiro-ministro Shigeru Ishiba prometeu permanecer no cargo mesmo após a perda da maioria legislativa, um fato histórico que não ocorre desde 1955.
No mercado de commodities, o petróleo operava com leve queda, afetado pelas novas sanções europeias à Rússia e pela preocupação com a demanda devido às tarifas comerciais. Já o minério de ferro na China atingiu o maior nível em quase cinco meses, impulsionado pela construção de uma das maiores barragens hidrelétricas do mundo.
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