Ibovespa sobe com alta do minério e alívio nas projeções do IPCA: o que esperar da semana?

 


O Ibovespa iniciou a semana com alta de 0,72% nesta segunda-feira (21), impulsionado pela valorização do minério de ferro na China e pela melhora nas projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgadas no boletim Focus. Em um cenário de agenda econômica esvaziada, investidores monitoram atentamente as tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos, que seguem afetando os mercados.

Minério de ferro em alta e o impacto na bolsa brasileira

Por volta das 11h, o Ibovespa marcava 134.335,82 pontos, recuperando-se após fechar a última semana em baixa de 2,06%, no menor patamar dos últimos três meses. A valorização do minério de ferro na Bolsa de Dalian, na China, que subiu 2,08%, foi um dos principais motores para o avanço das ações de empresas como Vale, que registrou alta de 2,68%. O minério é insumo essencial para a siderurgia e construção, e sua valorização reforça as expectativas de demanda.

Alívio nas projeções do IPCA e sentimento dos investidores

Outro fator positivo veio do boletim Focus, que revisou para baixo as estimativas do IPCA para 2025 e 2026 — a inflação oficial do país desacelera, o que favorece o mercado acionário. Para 2026, a mediana da projeção caiu para 4,45%, abaixo do teto da meta pela primeira vez desde março. Essa notícia ajudou a diminuir parte da pressão que vinha afetando o Ibovespa.

A analista de renda variável da Rico, Bruna Sene, destaca que o cenário ainda é incerto, principalmente pela continuidade das tarifas americanas sobre produtos brasileiros, mas as recentes falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, trouxeram certa tranquilidade aos investidores, apontando espaço para negociações diplomáticas.

Tensão comercial entre Brasil e EUA continua no radar

Apesar do otimismo, a guerra tarifária entre os Estados Unidos e o Brasil segue gerando volatilidade. A imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pelos EUA, em retaliação à ofensiva contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, mantém o mercado em alerta. O Supremo Tribunal Federal (STF) recentemente determinou restrições a Bolsonaro, aumentando a complexidade política da questão.

Nesta segunda-feira, Haddad afirmou que o governo apresentará ao presidente Lula alternativas para enfrentar o impacto dessas tarifas, mas descartou retaliações econômicas imediatas contra os EUA, buscando uma saída diplomática para a crise.

Agenda econômica e expectativa para a semana

A semana deve ser marcada por pouca movimentação no calendário econômico, com dirigentes do Federal Reserve (Fed) em silêncio prévio à reunião de política monetária prevista para os próximos dias. No Brasil, a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) também ocorre nesta semana, mantendo investidores atentos.

Além das commodities e indicadores econômicos, o mercado acompanha os movimentos das ações da Petrobras, que sinalizou interesse em retomar negócios no mercado de distribuição de combustíveis, e dos grandes bancos, cujas ações tiveram variações moderadas.

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