A General Motors (GM) apresentou nesta terça-feira (22) seu balanço referente ao segundo trimestre de 2025. Apesar de registrar uma queda expressiva no lucro líquido na comparação anual, a montadora conseguiu superar as previsões dos analistas para lucro por ação e receita, mostrando resiliência mesmo em um cenário de pressões tarifárias.
Resultado impactado por tarifas dos EUA
De abril a junho deste ano, a GM obteve um lucro líquido de US$ 1,895 bilhão, valor 35,4% inferior ao resultado do mesmo período de 2024. A retração foi atribuída principalmente ao impacto das novas tarifas de importação impostas pelo governo norte-americano. Segundo a própria companhia, as tarifas reduziram o lucro operacional em cerca de US$ 1,1 bilhão apenas no trimestre analisado.
Mesmo assim, o lucro operacional ajustado somou US$ 3 bilhões, sinalizando um fôlego adicional da montadora diante do aumento de custos. Já o lucro por ação ajustado ficou em US$ 2,53, superando as projeções de US$ 2,34 feitas por analistas consultados pela FactSet.
Receita fica acima do esperado
No quesito receita, a GM somou US$ 47,12 bilhões entre abril e junho, montante que representa uma leve queda de 1,8% frente ao mesmo intervalo do ano passado. Ainda assim, o desempenho ficou acima da expectativa de mercado, que apontava para um faturamento de aproximadamente US$ 45,84 bilhões.
Esse resultado indica que, mesmo diante do cenário de custos mais altos, a companhia conseguiu manter o volume de vendas em patamares robustos, ajudada por ajustes de preço e gestão operacional.
Guidance anual é mantido apesar de cenário adverso
Mesmo com o impacto das tarifas, a General Motors manteve suas projeções para o ano de 2025. A estimativa é de que o efeito negativo das tarifas alcance entre US$ 4 bilhões e US$ 5 bilhões no lucro operacional. Para mitigar esse impacto, a empresa aposta em medidas como ajustes na produção, cortes de custos específicos e estratégias de precificação.
Com isso, a GM mantém sua meta de lucro operacional anual na faixa entre US$ 10 bilhões e US$ 12,5 bilhões. A montadora reforçou que pretende compensar pelo menos 30% das perdas tarifárias com essas iniciativas.
Ações caem no pré-mercado
Apesar de resultados acima do consenso de Wall Street, o humor do mercado não foi positivo na abertura do pregão. Por volta das 8h05 (horário de Brasília), os papéis da GM registravam queda de 3,9% no pré-mercado da Bolsa de Nova York. Investidores avaliam com cautela o impacto prolongado das tarifas e a capacidade da montadora de proteger suas margens nos próximos trimestres.
Desafios seguem no radar
O ambiente desafiador não se restringe apenas às tarifas. O mercado automotivo global segue enfrentando incertezas ligadas a custos de produção, câmbio e demanda em algumas regiões. A GM, por sua vez, sinaliza que continua atenta a esses fatores e aposta em ajustes operacionais para manter suas metas de rentabilidade e expansão.
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