O Banco Central e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) confirmaram, na quarta-feira (23), o maior vazamento de dados da história do Pix, expondo informações de mais de 11 milhões de brasileiros. O incidente ocorreu entre os dias 20 e 21 de julho, dentro do Sistema de Busca de Ativos Financeiros (Sisbajud) — ferramenta usada pelo Judiciário para bloquear contas e rastrear bens de devedores.
O que vazou no caso do Pix?
Segundo o Banco Central, não houve exposição de saldos, senhas ou extratos bancários. O vazamento se restringiu a dados cadastrais vinculados às chaves Pix, como:
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Nome do titular da conta;
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Tipo de chave Pix;
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Banco, número da agência e da conta.
Apesar de não incluir informações protegidas por sigilo bancário, o volume é inédito: 46,8 milhões de chaves Pix ligadas a 11 milhões de titulares foram expostas — o maior incidente do tipo desde o lançamento do sistema de pagamentos.
Onde ocorreu o vazamento?
O acesso indevido ocorreu no Sisbajud, plataforma controlada pelo CNJ em parceria com o Banco Central e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. O sistema permite que juízes acessem dados bancários para bloqueio de valores, consulta a contratos de conta corrente, faturas de cartão, extratos de FGTS e PIS, entre outros. Neste caso, o vazamento ficou restrito às informações cadastrais do Pix.
Por que este vazamento é tão grave?
Até então, o maior incidente relacionado ao Pix tinha ocorrido em 2021, quando cerca de 400 mil chaves foram expostas. Desta vez, o volume é mais de 20 vezes maior e envolve uma plataforma estratégica para o Judiciário. É o primeiro grande incidente de dados envolvendo o Sisbajud, o que levanta preocupações sobre a segurança dos sistemas de cooperação entre Justiça e instituições financeiras.
O que o Banco Central e o CNJ estão fazendo?
Em nota, o BC informou que adotou medidas para apurar o caso. Já o CNJ declarou ter notificado a Polícia Federal e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), além de reforçar os protocolos de segurança do sistema. A expectativa é que um canal oficial de consulta seja criado para que cidadãos verifiquem se foram afetados. Não haverá contato por telefone, e-mail ou mensagem, alerta o CNJ.
O Pix continua seguro?
De acordo com o Banco Central, a estrutura de segurança do Pix não foi comprometida. O sistema segue funcionando normalmente. Como não houve vazamento de dados financeiros ou senhas, não há risco direto de movimentação não autorizada nas contas. Especialistas recomendam, porém, que usuários fiquem atentos a golpes de engenharia social, como tentativas de fraude por telefone ou aplicativos.
Como saber se fui afetado?
Assim que o canal de consulta for liberado, será possível confirmar se seus dados foram expostos. Enquanto isso, desconfie de ligações, e-mails ou mensagens que usem o vazamento como isca para pedir informações pessoais ou senhas. O Banco Central e o CNJ não solicitam dados por mensagem ou ligação.
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