As principais bolsas de valores da Europa encerraram esta sexta-feira (25) em leve baixa, em um dia marcado pela incerteza sobre um possível acordo comercial entre União Europeia e Estados Unidos. Os investidores ainda digeriram balanços corporativos que trouxeram sinais mistos e afetaram ações de setores importantes, como o de luxo e o esportivo.
No centro das atenções, esteve a expectativa em torno de um entendimento entre as duas maiores economias do Ocidente. Diplomatas da UE afirmaram que um acordo sobre tarifas de 15% para produtos europeus ainda está em negociação e pode sair já no fim de semana. No entanto, declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, afirmando que as chances de acerto diminuíram, trouxeram instabilidade aos mercados.
Índice STOXX 600 recua após sinal trocado de Trump
O índice pan-europeu STOXX 600 chegou a cair 0,6%, atingindo o nível mais baixo da sessão, mas recuperou parte das perdas depois que autoridades europeias reiteraram otimismo sobre o andamento das negociações. No final do pregão, o indicador fechou com recuo de 0,2%, refletindo a cautela de investidores que monitoram os desdobramentos.
Segundo analistas, embora o possível acordo não seja considerado excelente para o bloco europeu, ele pode evitar tarifas ainda mais pesadas e possíveis retaliações, cenário que afastaria um risco importante da mesa de negociações. Jack Allen-Reynolds, economista da Capital Economics, destacou que um consenso pode reduzir a pressão por novos cortes de juros na zona do euro.
Balanços pesam sobre ações do setor esportivo
Enquanto isso, a temporada de balanços corporativos segue influenciando as cotações. A Puma, gigante de artigos esportivos, foi destaque negativo ao anunciar resultados trimestrais abaixo das expectativas e cortar suas projeções para o ano. O impacto foi imediato: as ações despencaram 16%, maior queda diária em mais de quatro meses.
O efeito respingou em outras varejistas de artigos esportivos. A britânica JD Sports caiu 0,7%, refletindo o pessimismo que se espalhou entre investidores do segmento.
Luxo avança com otimismo na China
Por outro lado, o setor de artigos de luxo foi o grande vencedor do dia. A LVMH, conglomerado francês dono de marcas icônicas como Louis Vuitton e Dior, viu suas ações subirem 3,9% após divulgar resultados trimestrais robustos e sinalizar sinais de recuperação do consumo na China, mercado estratégico para a indústria do luxo. Com isso, o índice do setor de luxo europeu avançou 1,8%, liderando os ganhos entre os principais segmentos.
Principais índices europeus misturam perdas e ganhos
Nos principais centros financeiros da Europa, o clima foi de variação moderada:
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Em Londres, o índice Financial Times caiu 0,20%, fechando aos 9.120,31 pontos.
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Em Frankfurt, o índice DAX recuou 0,32%, para 24.217,50 pontos.
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Em Paris, o CAC-40 teve leve alta de 0,21%, atingindo 7.834,58 pontos.
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Em Milão, o índice Ftse/Mib valorizou 0,31%, alcançando 40.726,26 pontos.
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Em Madri, o Ibex-35 caiu 0,13%, para 14.237,30 pontos.
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Em Lisboa, o PSI20 fechou em baixa de 0,39%, aos 7.706,91 pontos.
Olho no fim de semana
Para os investidores, os próximos dias prometem ser decisivos. Caso o acordo comercial entre EUA e UE se confirme, pode haver alívio nos mercados já na próxima segunda-feira. Por outro lado, se as negociações falharem, novas tensões tarifárias podem pressionar exportadores europeus e abrir espaço para mais volatilidade.
Enquanto isso, o mercado segue atento aos resultados corporativos, que podem trazer novos gatilhos para as bolsas europeias em um cenário de recuperação ainda frágil.
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