Por que a Amazon está apostando tanto no Brasil? Veja quanto já foi investido

 


A Amazon segue acelerando sua expansão no Brasil e não esconde que vê o país como um de seus maiores mercados estratégicos. Em 2024, a gigante do varejo investiu R$ 13,6 bilhões, valor que representa 23% de tudo o que aportou em solo brasileiro desde que iniciou suas operações, em 2012. Ao todo, a soma chega a R$ 55 bilhões, segundo números divulgados pela empresa.

Os recursos têm como destino três pilares: infraestrutura e tecnologia, pessoas e logística. Além disso, o dinheiro também sustenta as operações do AWS, o braço de computação em nuvem da empresa, e do Prime Video, serviço de streaming que vem se consolidando como player relevante no país.

O crescimento do e-commerce ainda tem muito espaço no Brasil, segundo Juliana Sztrajtman, presidente da Amazon no país. “O Brasil é hoje visto como um país com maior potencial para trazer novos clientes para a Amazon. Por isso a gente investe aqui”, afirma. Embora o comércio eletrônico represente cerca de 15% do varejo, a expectativa é que essa fatia cresça nos próximos anos.

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Nos últimos 18 meses, a Amazon construiu 140 dos seus 200 polos logísticos em território nacional. O destaque fica para o centro de distribuição em Cajamar, na Grande São Paulo, considerado o maior da empresa no país. A estrutura reforça a capilaridade das entregas de última milha, etapa crucial para melhorar prazos de entrega e competir com rivais de peso, como o Mercado Livre.

Aliás, a competição é forte. A empresa argentina, principal rival na região, anunciou R$ 34 bilhões em investimentos no Brasil para 2025, valor 47% superior ao aportado no ano anterior. Ainda assim, a Amazon não vê o Mercado Livre apenas como obstáculo, mas também como parceiro na missão de amadurecer o mercado de compras online.

Quando se observa a divisão regional, São Paulo concentra a maior parte dos recursos: foram R$ 47 bilhões na última década, distribuídos entre 6 centros de distribuição e 75 estações de entrega. Pernambuco aparece em segundo lugar, com R$ 2,1 bilhões recebidos.

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O Prime Video tem papel importante nesse avanço. De acordo com Louise Faleiros, diretora-geral do serviço de streaming no Brasil, R$ 5 bilhões do montante total foram direcionados à produção de 10 filmes e 36 séries nacionais, além de transmissões esportivas de peso, como Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro Série A. Mundialmente, a Amazon ainda fechou contrato para exibir a NBA pelos próximos 11 anos.

Já o AWS, braço de computação em nuvem da Amazon, também ganhou força com a alta demanda por inteligência artificial generativa. Desde que iniciou suas operações de data centers no país, há 14 anos, a AWS investiu o equivalente a US$ 5,6 bilhões (cerca de R$ 31 bilhões). A tecnologia viabilizou projetos como o Pix e impulsionou startups brasileiras como Nubank, Hotmart e Quinto Andar.

O recado da Amazon é claro: o Brasil não é apenas mais um ponto no mapa, mas sim uma aposta central para o futuro da empresa na América Latina.

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